sábado, 30 de maio de 2020

Salvando pets em Wuhan





por Vitor Paiva(*)


Uma das mais populosas cidades chinesas, Wuhan é o epicentro do surto de Coronavírus no país, e segue em quarentena desde 23 de janeiro – quando foi recomendado que as pessoas permanecessem dentro de casa. O outro lado de tal situação calamitosa são as pessoas que não estavam na cidade e, com isso, não podem retornar para casa e para seus animais de estimação. Wuhan desde então se tornou uma cidade fantasma, e nela estima-se que 30 mil animais estejam abandonados sem seus donos.

A cidade de Wuhan Vazia



Essa foi a maneira que o jovem Ye Jialin, morador de Wuhan, encontrou para ajudar a cidade a combater a epidemia, não em seu efeito fisiológico, mas sim emocional: cuidar, alimentar e resgatar os animais abandonados nas casas das pessoas não puderam voltar.

Trata-se de um trabalho voluntário, para o qual os donos enviam informações como senhas e chaves escondidas, ou simplesmente autorizam que Jialin arrombe as portas para salvar os bichanos – tanto gatos, mais populares na cidade, quanto cachorros.




Muitas vezes para ter sua entrada permitida nos edifícios, é preciso que um funcionário meça a temperatura do jovem voluntário, a fim de confirmar que ele não está febril e potencialmente carregando o vírus. Ye Jialin diz que não tem medo de seu trabalho – seu único medo é de encontrar os animais já mortos. Desde que começou já resgatou cerca de 30 animais.

(*)Vitor Paiva Escritor, jornalista e músico, doutorando em literatura pela PUC-Rio, publica artigos, ensaios e reportagens. É autor dos livros Tudo Que Não é Cavalo, Boca Aberta, Só o Sol Sabe Sair de Cena e Dólar e outros amores.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

O cão que se tornou cabo da PMESP





O cão que encontrou menino desaparecido e se tornou o 1º cachorro nomeado cabo da PM


por Vinícius Lemos

De Cuiabá para a BBC News Brasil

Eduardinho ao lado do soldado Muniz e de Dick



Em 1953, um filhote de pastor alemão foi abandonado na porta do canil da Polícia Militar de São Paulo. O cachorro foi adotado pelos policiais, recebeu o nome de Dick e foi treinado para que pudesse integrar a equipe da PM. Ninguém imaginaria que ele fosse se tornar, dali a alguns anos, um dos maiores símbolos da instituição.

Os cães que integram equipes de polícia recebem treinamento para que possam atuar em atividades como busca por explosivos ou drogas e resgate de pessoas desaparecidas em diferentes situações.

Os militares da época perceberam a aptidão de Dick para os trabalhos policiais logo nos primeiros treinamentos do cão. Ele passou a integrar as equipes que participavam das ocorrências. O desempenho do animal era considerado excelente durante as atividades, como buscas por objetos desaparecidos ou procura por explosivos.

Cada cachorro era parceiro de um membro da polícia, que era responsável por cuidar do animal e acompanhá-lo nas ações. O companheiro de Dick era o soldado José Muniz de Souza.

Em 1956, um aviso do então governador de São Paulo, Jânio Quadros, causou temor entre os policiais que atuavam no canil, que havia sido fundado seis anos antes. Em um bilhete, Quadros foi direto: façam os cães trabalharem ou dissolvam a matilha. O aviso ocorreu em razão da contenção de gastos da época.

O canil foi posto em xeque porque era considerado por muitos como algo supérfluo. Havia quem defendesse que os gastos com alimentação e cuidados com os cachorros que integravam a equipe da PM não traziam o retorno esperado.

No mesmo período, o desaparecimento de uma criança ganhou as manchetes de noticiários do país. O pequeno Eduardo Benevides, o Eduardinho, de pouco mais de três anos, foi raptado enquanto estava na porta de sua casa, em São Paulo.

O governador determinou a criação de uma força-tarefa para procurar pelo garoto. Ele não queria que fossem poupados esforços na busca pelo desaparecido.
Criança desaparecida

Em dois dias de buscas intensas por Eduardinho, nada parecia trazer respostas sobre o paradeiro da criança. O então governador de São Paulo decidiu estimular a procura e disse que promoveria os responsáveis por localizar a criança.



Para que pudessem buscar pelo garoto, os cães sentiram o cheiro de um travesseiro que pertencia à criança. No terceiro dia, enquanto procurava em uma área de mata na Água Funda, nas proximidades de onde hoje está localizado o Zoológico de São Paulo, Dick ficou agitado e latiu intensamente.

O local apontado pelo cachorro era em uma área afastada na qual havia uma parte coberta por uma telha. O soldado Muniz ficou atento ao aviso do animal e levantou o objeto que cobria o lugar. Embaixo havia um poço vazio, e, dentro dele, estava Eduardinho, aflito e desesperado. Conforme relatos da época, o garoto tinha se perdido e foi encontrado abatido e fraco. Ele foi resgatado e encaminhado para receber os atendimentos médicos necessários.

Os policiais acreditam que Eduardinho entrou no buraco para se abrigar, após ser deixado na região. Conforme publicações da época, suspeitava-se que os responsáveis pelo rapto do garoto eram membros de uma quadrilha que também teria sequestrado uma outra criança anteriormente — segundo a PM, a suspeita não chegou a ser confirmada e ninguém foi preso pelo rapto do garoto.
As condecorações

O resgate de Eduardinho causou comoção. Diversas autoridades elogiaram o fato. O soldado Muniz foi convocado pelo governador para que fosse parabenizado. Filha de Muniz, a aposentada Maria do Carmo de Souza relembra que o pai fez questão de frisar para Jânio Quadros que Dick fora o responsável por localizar a criança.

"O meu pai logo falou que não foi ele quem salvou a criança, porque quem deu o comando foi o Dick", conta à BBC News Brasil. O principal pedido do soldado ao governador foi que o canil não fosse extinto. "Meu pai pediu para que dessem continuidade ao trabalho com os cachorros. Por causa do Dick, o canil nunca foi fechado", revela a aposentada.



Diante do reconhecimento do soldado sobre a importância de Dick no resgate, as homenagens também se estenderam ao cachorro. Ele foi promovido a cabo, junto com Muniz — na época, foi o único cachorro a conquistar tal promoção.

O capitão Herick Lemos, que integra o canil da Polícia Militar de São Paulo, avalia que o caso de Dick foi fundamental para que as autoridades da época entendessem a importância do canil e do uso de cães em ações policiais. "O Dick se tornou um herói. Ele foi um cão muito vitorioso e ajudou o canil", relata Lemos.

Dick e Muniz receberam inúmeras homenagens, até na Câmara Municipal de São Paulo, e ganharam status de heróis.

Depois do resgate de Eduardinho, outra ação da dupla também ganhou os noticiários: quando o animal identificou o local em que se encontrava o corpo de uma garota desaparecida, em Novo Horizonte (SP).

Fátima, a menina, tinha sido violentada, morta e jogada em uma profunda fossa.

Em uma entrevista a um jornal local da época, o assassino confesso, identificado como "Cascudo", diz ao repórter que achava que escaparia da Justiça, não fosse o "maldito do Dick": "O cachorro acabou estragando minha vida".

A despedida

Dick e Muniz eram parceiros também fora do cotidiano policial. Com frequência, o policial levava o cachorro para a casa de sua família. "Eles tinham uma relação maravilhosa. Era muito lindo vê-los juntos", relembra Maria do Carmo.

Em junho de 1959, Dick não resistiu a uma grave hepatite e morreu. A morte do animal causou comoção e repercutiu nos noticiários. Muniz ficou emocionado com a partida do companheiro de buscas e decidiu trocar de posto.

"O meu pai ficou muito abalado e pediu para ser transferido para a Polícia Rodoviária, porque não aguentaria ficar no canil", diz Maria do Carmo. Segundo ela, a história que teve com o pastor alemão era uma das que Muniz mais se orgulhou durante a carreira na Polícia Militar. "Ele sempre contava sobre o Dick para as pessoas, mesmo décadas depois."

Em 2016, Muniz morreu após ter um acidente vascular cerebral (AVC), aos 88 anos. Ele foi homenageado por membros do canil. "O enterro do meu pai foi muito bonito. Muitos cães da PM acompanharam a cerimônia, junto com policiais responsáveis por eles, para homenageá-lo. Os animais uivaram muito no momento em que enterraram o caixão. Foi emocionante", diz Maria do Carmo.

O canil

Atualmente, o canil se tornou um batalhão da Polícia Militar de São Paulo — ou seja, no local também são feitas atividades policiais, além dos cuidados com os animais. Segundo a PM, atualmente há 320 cães — pastores alemães, pastores holandeses, labradores e rottweilers, entre outras raças — que atuam em diferentes atividades policiais no Estado.

"Os cães são empregados no patrulhamento ostensivo, ocorrências de controle de multidões, ocorrências no interior de estabelecimentos prisionais, faro de drogas, faro de explosivos, busca de pessoas perdidas, busca em mata, resgate de pessoas em estruturas colapsadas, resgate em catástrofes, entre outras atividades", explica o capitão Lemos.

Para Maria do Carmo, o canil não recebe, atualmente, seu devido valor. "É preciso haver mais atenção com o local e com os animais que estão lá", diz a mulher.

Ela afirma que é necessário dar melhores condições de trabalho para os policiais do local e mais atenção aos animais. A PM de São Paulo, porém, afirma que os cães e os policiais que lidam com os animais recebem tratamento adequado e, por isso, trazem "grandes resultados para a segurança pública".

Um dos mais conhecidos cães que já passaram por ali, Dick é lembrado até hoje no canil. Na entrada do local há um busto em homenagem ao pastor alemão. "Ao cabo Dick, campeão das buscas policiais", diz a placa colocada logo abaixo do rosto do animal. Os dizeres estendem a homenagem a todos os outros cães e os definem como "exemplo de fidelidade, coragem e afeição.


quarta-feira, 24 de julho de 2019

Seu cão está desempregado?






15 cães que têm empregos respeitáveis

Por Juliana Blume
Hypescience.com

Enquanto a maioria dos cachorros passa o dia tirando longas sonecas, tomando sol na barriguinha e pedindo por petiscos e passeios, alguns deles têm profissão de respeito, com horário de entrada e de saída . Conheça alguns deles que prestam ótimos serviços para a humanidade

15. Recepcionista Doug




O rottweiler Doug trabalha arduamente recebendo clientes em uma clínica veterinária. Ele tem até uma placa de identificação na parede que diz: “Eu sou Doug, em que posso ajudá-lo?”. Ele mantém seus clientes distraídos até que um membro da equipe humana chegue para atendê-los.


14. Lambedor de selos




Se você tiver que enviar muitos envelopes pelos correios e tiver que molhar muitos selos autocolantes, Jax pode te ajudar. Este simpático cão que gosta de explorar florestas e praias nas horas de lazer tem como missão principal lamber selos e envelopes para pessoas de boca seca.


13. Assistente de correio

Já este simpático cãozinho não oferece serviços de lambedura, mas melhora o dia de todos os clientes que passam por esta agência de correios da Irlanda. Ele é tão celebrado no local que até tem uma pintura dele pendurada na parede atrás da janela. Pelo visto ele sempre se senta nesta posição, porque ele e a pintura estão idênticos.


12. Cão terapeuta de tribunal


Muitas crianças têm que testemunhar ou participar de julgamentos em tribunais. Se essa participação importantíssima já é estressante para adultos, imagine para uma criança, que tem que falar em voz alta na frente de vários adultos desconhecidos. Pior ainda, ela pode ser obrigada a relembrar e relatar acontecimentos traumáticos.

Por isso, vários tribunais nos Estados Unidos têm oferecido o serviço de cães terapeutas para tranquilizar a criança e deixá-la mais à vontade nesse ambiente intimidante.

11. Cão terapeuta de funerária




Não é nada fácil perder um ente querido e ainda ter que cuidar de todos os detalhes do velório ou funeral. Tudo o que a pessoa menos quer é tratar de negócios. Interagir com qualquer pessoa é pesaroso. Por isso, uma casa funerária nos Estados Unidos conta com um cão terapeuta para oferecer afeto de forma silenciosa para os clientes em sofrimento.


10. Cão terapeuta de aeroporto





Quem circula pelas salas de embarque de aeroportos encontra facilmente pessoas ansiosas com a perspectiva de viajar em uma lata de metal a 11 km do chão e a uma velocidade de 900km/h.

Para tentar acalmar essas almas sofredoras, um voluntário leva sua cadela para interagir com os passageiros do aeroporto de San Diego. O colete da canina diz: “AGRADE-ME”. Não precisa pedir duas vezes!

O tutor dela é um senhor de idade que também é extremamente querido e adora interagir com as pessoas que estão de passagem. Pelo jeito esta experiência é positiva para os três envolvidos: passageiro, cachorro e tutor.

Se você for embarcar no aeroporto de San Diego, lembre-se de chegar umas boas cinco horas antes para poder brincar com essa fofura antes do seu voo.

9. Cão terapeuta gigante e de óculos





Este cão terapeuta que trabalha no hospital St. Boniface em Manitoba (Canadá) chama atenção de todos por sua enorme cabeça de urso e também por usar uma armação de óculos que combina perfeitamente com ele. Seu nome é Rusty e ele já é um cão idoso, com 15 anos de vida.


Seu dono, George Ames, conta que quando as pessoas perguntam por que seu cão usa óculos, a resposta sempre é: “porque ele pode e usa”. George adotou seu melhor amigo há 13 anos de um abrigo, e eles comparecem ao hospital três vezes por semana.

“As pessoas que chegam em um ambiente estéril como o hospital frequentemente ficam ansiosas, e se sua saúde for ruim, pode ser uma experiência traumática. Um rostinho canino amigável usando óculos é uma enorme distração, e os faz sorrir. E o sorriso deles me faz sorrir também”, conta George.

Quando começaram este belo trabalho, eles visitavam pacientes que recebiam tratamento paliativo. George diz que já teve muitas conversas difíceis com os pacientes, mas que foram muito recompensadoras. Atualmente, a dupla fica no saguão do hospital, e os pacientes com bom estado de saúde descem de seus quartos para visitá-los.

O hospital reconhece o trabalho duro da dupla, e já realizou cerimônia de homenagem a eles, que incluiu a apresentação de uma bela pintura de Rusty usando seus óculos e seu crachá de voluntário. Este quadro fica na parede do hospital, e por si só já alegra quem passa por ali.

George conta que escolheu este hospital porque ele mesmo já passou por cirurgia ali, seu filho nasceu ali há 37 aos e vários de seus netos também nasceram ali.

8. Espantador de aves na pista de decolagem



O nome deste importante cão é Piloto, e ele tem como missão espantar as aves que gostam de ciscar nas pistas de pouso e decolagem. Ele trabalha no aeroporto de Vancouver, no Canadá, e ajuda a evitar perigosos contatos entre aviões e aves.

Ele conta com óculos de proteção UV e contra pedregulhos que podem voar em seus olhos, e também colete para ser visto com facilidade.

No vídeo você pode ver como este trabalho acontece. Quem aparece no vídeo é Piper, um Border Collie que trabalha em um aeroporto de Michigan, nos Estados Unidos. Ele persegue gansos, patos, corujas da neve e gaivotas:

7. Salva-vidas canino




Estes cães salva-vidas trabalham na Croácia, ajudando a puxar banhistas da água quando há uma emergência. Eles conseguem nadar rapidamente e ajudam o salva-vidas humano a poupar energia enquanto a vítima é resgatada. Eles também conseguem navegar pelas correntezas de forma instintiva, sinalizando a melhor direção para voltar para a praia.

Uma das raças que tem se destacado nesta função é a Terra-nova, que foi selecionada especialmente para ser ajudante de pescadores. Esses cães adoram nadar, salvar pessoas e responder a comandos de seus treinadores. Somando as quatro patas do cão e as duas pernas do guarda-vidas, o resgate acontece a seis pernas.

Para ver como um resgate desses acontece, confira no vídeo abaixo os cães salva-vidas da Itália:




6. Vendedor de loja de construção



Este simpático labrador preto segue os clientes de uma pequena loja de materiais de construção e recolhe os itens escolhidos para levá-los para o caixa. Muita gente deve comprar coisas que nem estava precisando só para ser atendido por este ótimo vendedor.

5. Recepcionista de loja masculina



Este pequeno cachorro se chama Oreo, e usa gravata-borboleta para receber os clientes de uma loja de roupas finas masculinas. Quem não ia querer comprar os ternos mais finos ao ser atendido por este elegante trabalhador?


4. Atendente de loja de cosméticos




Um cliente que sofreu um acidente leve em uma loja de cosméticos foi levado para o escritório para receber a ajuda necessária. Lá, se deparou com este sério atendente, que coletou todas as informações necessárias sobre o episódio. “O melhor atendimento ao consumidor que recebi nos últimos tempos”, disse o cliente.

3. Farejador de trufas



Este cachorro é dono de um dos melhores focinhos do mundo. Em um só dia ele farejou 510 g de trufas brancas. É muito difícil encontrar este fungo, normalmente cada trufeiro só consegue reunir 100g desta iguaria. Um quilo do fungo chega a custar R$10 mil. Ou seja, este cão vale ouro!

2. Escavador de ovos de tartarugas




Este cão foi treinado para escavar ninhos de tartarugas para que os ovos possam ser removidos e incubados. Depois que os filhotes nascem, eles são liberados na praia.

1. Modelo para vídeo games



O nome deste cão é Uuno, e ele é modelo de movimentação para vídeo games.

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Lições de comportamento






O comportamento do cão dependerá das regras que forem transmitidas a ele quando você decidiu trazê-lo para fazer parte de seu lar. Seja um filhote ou um animal adulto, as primeiras lições são fundamentais para se conseguir uma boa convivência entre a família e o novo animal de estimação.
Como conseguir um bom comportamento de seu cão

A primeira coisa que você tem que fazer é deixar bem claro quem é o líder e o lugar que ele ocupa neste novo grupo, ao qual ele foi escolhido para fazer parte.


Depois, deve-se entrar em um acordo sobre as novas regras com o resto da família, para evitar confundir o cão com regras contraditórias. Todos deverão expressar as mesmas regras, ou comandos, com as mesmas palavras.

Algumas delas são básicas e você não deve deixar de transmiti-las ao seu cão desde o primeiro momento:

Onde fazer as necessidades

Se você tem um quintal ou jardim, leve-o para a grama quando perceber que ele está com vontade de evacuar. Caso contrário, coloque alguns jornais no chão e indique o local ao cão quando ele quiser defecar ou urinar.

O importante é que ele aprenda que fazer suas necessidades diretamente no chão não é uma boa ideia.

Também, se você coordenar bem os horários, seu cão aprenderá que o momento do passeio é o ideal para esta finalidade.

➧Horários e locais para as refeições

É importante que lhe dê seu alimento sempre em um mesmo lugar e em uma faixa de horário similar. Isso permitirá a você a possibilidade de poder calcular os horários mais adequados para levar o seu cão para passear e que este coincida com o momento de seu cão fazer suas necessidades.

Também é importante que ele não se acostume a pedir comida enquanto os humanos da família estão almoçando ou jantando.

Qual é a área atribuída ao cão na casa?

Na área designada para o cão na casa, deverá estar a cama dele, os brinquedos, o comedouro e o bebedouro. É importante que seja um espaço confortável e onde ele se sinta seguro. E lembre-se de manter esta área sempre limpa e ventilada.

Outras regras que devem ser ensinadas para o seu animal de estimação

➧Espaços da moradia permitidos e restritos para ele


Você e sua família deverão entrar em um acordo sobre quais ambientes da casa o cão poderá andar livremente e quais ele não poderá acessar. Também, devem decidir sobre o que fazer a respeito das camas, poltronas, tapetes, etc.

Tão logo esteja tudo acordado entre a família, lembre-se de transmitir a informação de forma clara ao cão, evitando contradições para não confundir o animal.

Manipular sem inconvenientes


Seja para ser higienizado ou examinado a procura de algum problema de saúde, é importante que você possa manipular o corpo de seu cão sem inconvenientes.

Acostume-o a:
Ter suas orelhas manipuladas suavemente, inclusive o interior;
Ter seus olhos e boca abertos e seus dentes e gengivas examinados;
Ter todo o seu corpo massageado, incluindo cauda, patas e pés.

Que ele se acostume com a coleira

O passeio é fundamental para os animais de estimação. E a coleira é fundamental para o passeio. Um passeio com o seu peludo sem coleira pode ter riscos que poderiam ser evitados, tais como acidentes e fuga.

Que brinque sem ser agressivo

O cão não tem que morder as mãos ou outras partes do corpo de nenhum dos membros da família. Também não deve saltar bruscamente em cima das pessoas. Considere seu tamanho em relação as crianças de sua casa.

➧Métodos para transmitir regras de comportamento aos cães


Em diferentes situações, tanto em humanos como em animais, já foi provado que nada se aprende através de castigos e de broncas. Por esse motivo, o ideal é que, nos assuntos relacionados ao comportamento do cão, seja sempre utilizado o reforço positivo.

Os cães aprendem mais rápido e ficam mais felizes quando recebem um prêmio após fazerem algo corretamente. Por isso, ignore o mau comportamento e reforce os bons com carícias, brincadeiras ou algum alimento que seu cão particularmente goste mais.

Saiba também que só se deve repreendê-lo se o pegar “em flagrante” ou a ponto de cometer uma ação indevida. Um “NÃO”, ao mesmo tempo que você interrompe ou impede sua ação, é o mais indicado nestes casos.

Em seguida. Você deve indicar qual é a forma correta de se comportar e premiá-lo se ele obedecer a você.
Ordens básicas que seu cão deve aprender

Outras ordens ou comandos primordiais que você deveria ensinar o seu cão a obedecer são:
  • Sentar;
  • Deitar;
  • Ficar quieto;
  • Vir quando chamado.



E, lembre-se que, com muita paciência e muito carinho, com firmeza, mas sem agressividade, certamente você conseguirá que seu cão, além de se comportar bem, seja um animal muito feliz.

terça-feira, 14 de maio de 2019

Lucy foi forçada a reproduzir à exaustão numa 'fábrica de filhotes' no País de Gales





A comovente história de Lucy, cadela maltratada que inspirou nova lei sobre compra de cães no Reino Unido

Quando Lucy foi resgatada, ela sofria de epilepsia, problemas no quadril, na coluna e na pele. Resultado de anos de maus-tratos num canil no País de Gales, onde era forçada a reproduzir à exaustão.

Lucy é uma cadela da raça cavalier king charles spaniel que passou boa parte da vida presa em uma jaula e já não reproduzia mais.

A história de Lucy, que acabou adotada por uma ativista britânica por direitos de animais, e ganhou três anos de carinho antes de morrer em 2016, virou mote de uma campanha contra as chamadas "fábricas de filhotes" e ajudou a mudar a legislação na Inglaterra para regular a venda de filhotes de cães e gatos


Ativistas lutaram para acabar com a prática de alguns criadores que mantém fêmeas constantemente prenhes e, muitas vezes, em condições insalubres. A nova lei, prevista para entrar em vigor em 2020, exige que a compra ou adoção de animais com menos de seis meses de idade seja feita diretamente de criadores ou abrigos de animais.

Segundo o governo britânico, a medida inibe a atuação de terceiros no comércio de animais bem como de criadores que separam filhotes das mães até os primeiros seis meses e mantém os animais em situações degradantes forçando-os a procriar no limite de suas forças para aumentar a margem de lucro.

Foi exatamente isso que aconteceu com Lucy.



"Estava claro que pelo estado físico dela que foi submetida a condições terríveis. Mas, com muita paciência, Lucy acabou desfrutando felicidade na vida, apesar de curta", disse Lisa Garner, a ativista que adotou a cadela, em entrevista ao jornal britânico Mirror.

Segundo o veterinário Marc Abraham, que também participou da campanha para mudar a legislação no Reino Unido, Lucy tinha cinco anos de idade quando foi resgatada com o corpo todo machucado. Mas, no período em que viveu em liberdade, diz ele, teve uma vida como um cachorro normal.

"Lançamos a (campanha) 'Lei Lucy' um ano depois de sua morte como tributo a ela e a todos os cães reprodutores que estão escondidos do público", explicou o veterinário à rádio 5 Live, da BBC.

A campanha para regular a venda de animais e inibir criadores que não oferecem o mínimo de estrutura para o bem estar de cães e gatos teve apoio de celebridades britânicas, como o comediante Ricky Gervais.



O veterinário Marc Abraham explica que cães como Lucy são mantidos por criadores para produzir várias ninhadas de filhotes, que são retirados de suas mães com quatro ou cinco semanas de idade.

A separação precoce da mãe pode aumentar o risco de doenças em filhotes e dificultar sua socialização, diz o governo britânico.

Histórias como a de Lucy não são pouco comuns.

Em 2015, uma família em Sussex foi enganada por uma pessoa que vendia num site o que oferecia como filhote mestiço de nove semanas.

A família gastou 470 libras, o equivalente a R$ 2,4 mil, para comprar Max, um misto de cavalier king charles spaniel misturado com poodle, mas que se mostrou ser de uma mistura bem diferente.



"Estávamos muito animados para tê-lo em casa, mas, 17 horas depois de ele chegar, tudo deu errado", disse Rebecca Reed.

Max não queria comer, mas estava bebendo água sem parar. Rebecca estava em casa quando o marido a chamou para voltar pra casa, porque o cão estava muito doente.

"Ele era como um cobertor molhado no chão. Ele não conseguia nem levantar a cabeça, ele estava tão fraco. Foi doloroso", lembra Rebecca.

Um veterinário diagnosticou Max com megaesôfago - uma doença em que os cães são incapazes de colocar comida no estômago.



Rebecca tentou entrar em contato com o vendedor para saber se outros filhotes tinham a mesma doença, mas as ligações foram ignoradas.

Para cuidar de Max, Rebecca precisou mudar o horário no trabalho. Ela e o marido passaram a dar uma dieta líquida e construíram uma cadeira especial para ajudá-lo a digerir o alimento.

O casal estima que gastou mais de 5 mil libras, o equivalente a cerca de R$ 25 mil, para cuidar do cão, depois de o vendedor ter mentido sobre a raça, a idade, o histórico de vacinação e o estado de saúde de Max.




Novas regras

A nova lei que regula a venda de cães e gatos, batizada de Lei Lucy deve entrar em vigor somente em abril de 2020.

A partir dessa data, pet shops só e comerciantes de cães e gatos só poderão comercializar animais criados por eles seguindo as regras de licenciamento. Estão, portanto, proibidos de comprarem de terceiros.

O ministro para Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais, Michael Gove, disse que as novas regras dariam aos animais "o melhor começo possível na vida", uma vez que a legislação exige que os animais tenham nascido e crescido num ambiente saudável. A Sociedade Real para Prevenção de Crueldade contra Animais, maior entidade britânica de defesa de animais, comemorou a nova lei, mas ressaltou que é preciso fiscalização.


➧No Brasil

No Brasil, a lei exige que todo criador comercial seja licenciado e tenha um veterinário responsável. Mas a fiscalização é precária.

No fim do ano passado, o Senado e a Câmara aprovaram a ampliação da pena para o crime de maus-tratos a animais para de um a quatro anos de detenção - atualmente, a pena prevista é de três meses a um ano de detenção, além de multa.

Foi uma resposta do Legislativo diante da repercussão da morte de uma cadela agredida em um supermercado em Osasco (SP).

Ambas as Casas aprovaram textos com propostas ligadas à proteção de animais - o texto aprovado na Câmara precisa ser aprovado pelo Senado, e vice-versa. Ambos mantêm a previsão de pagamento de multa.

A proposta aprovada pelos senadores estabelece também punição financeira para estabelecimentos comerciais que, por omissão ou negligência, venderem animais vítimas de maus-tratos.

A proposta da Câmara traz agravantes da pena, com ampliação do prazo de prisão de um sexto a um terço para casos de zoofilia ou se o animal morrer. A norma vale para atos praticados contra animais silvestres, domésticos, nativos ou exóticos.

E há municípios, como Santos (SP), que estão discutindo na Câmara de Vereadores um projeto que proíbe a comercialização de cães, gatos e pássaros na cidade.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Encontraram a família do cão que esperava tutores em Brumadinho





























por Vitor Paiva(*).


Se uma tragédia como a ocorrida com o rompimento da barragem em Brumadinho revela com nitidez a ignorância e a ganância humana, evento desse tipo costumam também revelar em seu avesso a sensibilidade, inteligência e o amor de outros animais – nossos melhores amigos. Um cão chamado Vitinho tornou-se símbolo de tais sentimentos ao permanecer em vigília na casa de seus tutores, então desaparecidos.


Vitinho à espera dos tutores

Sua fidelidade e amor foram recompensados, depois que a família foi encontrada e pode se reunir com Vitinho. Segundo relatos, a família não conseguiu encontrar o animal antes de deixar a casa em fuga, por conta da lama que tomou Brumadinho. Depois que uma foto do cão foi publicada e compartilhada milhares de vezes, ele pôde enfim ser localizado.

Bombeiros trabalhando no resgate de outros animais na região




A casa na região metropolitana de Belo Horizonte, próxima a um local devastado pela catástrofe. A família saiu em buscas para tentar encontra-lo, mas o esforço havia sido até então em vão. No final do último domingo a casa foi liberada para o retorno – e para que o feliz reencontro possa finalmente acontecer.


A lama em Brumadinho


(*)Vitor Paiva-Escritor, jornalista e músico, doutorando em literatura pela PUC-Rio, publica artigos, ensaios e reportagens. É autor dos livros Tudo Que Não é Cavalo, Boca Aberta, Só o Sol Sabe Sair de Cena e Dólar e outros amores.

Fonte - Hypeness

domingo, 11 de março de 2018

O que acontece quando um cão fica sozinho em casa





por Matheus Gonçalves(*).




Poucos donos de cães gostam da ideia de deixarem seus animais de estimação sozinhos quando vão trabalhar. Mas a maioria de amantes de cães não fazem ideia de como seus animais lidam com o fato de serem deixados sozinho. Agora os cientistas revelaram que os cães passam até meia hora uivando, latindo e lamentando depois que seus donos os deixam sozinhos. E para alguns animais de estimação, o tormento dura horas.

Dois dos principais especialistas em comportamento canino revelaram à MailOnline como os cães reagem ao ficarem sozinhos. Os primeiros minutos de isolamento são os mais estressantes para um cão, de acordo com os pesquisadores.

Alice Potter, uma cientista que estuda animais de estimação no RSPCA, disse à MailOnline: “A reação de separação é iniciada logo após a partida do dono, normalmente começando dentro de 30 minutos, e muitas vezes dentro dos primeiros minutos.”

Os sinais comportamentais mais comuns relacionados à separação são comportamentos destrutivos, muitas vezes direcionados para a porta por onde o dono sai, vários tipos de vocalizações (uivos, latidos e choramingos), fezes e urina. Outros sinais menos frequentes incluem salivação excessiva, auto-mutilação, comportamento repetitivo e vômitos.

Os cães ficam mais estressados logo após você sair porque eles aprenderam a responder aos sinais de que você está indo, de acordo com a Dra. Emily Blackwell, uma especialista em relações homem-animal da Universidade de Bristol.

Ela disse ao MailOnline: 

“Os cães sabem quando seu dono está prestes a sair de casa – eles aprendem sobre as coisas que acontecem rotineiramente antes de sair, por exemplo, colocar as coisas em um saco, pegar chaves e colocar seus sapatos e casaco. Para alguns cães, essas ‘dicas’ serão um preditor de que algo ruim está prestes a acontecer e farão com que fiquem ansiosos. Para estes cães, dentro de 10 minutos após a saída do proprietário, a tendência é que mostrem sinais de ansiedade que podem incluir correr, choramingar, uivar, ou arranhar a porta".

As horas seguintes após ser deixado sozinho dependem da personalidade do seu cão. Cães que são predispostos a ficarem ansiosos podem passar horas correndo para cima e para baixo à espera de seus donos.

Segundo a Dra. Blackwell, 

“cães com problemas de separação tendem a não se acalmar por longos períodos de tempo, mesmo quando o proprietário está fora por várias horas. Normalmente, eles gastam menos de um minuto descansando antes de se levantarem e se movimentarem novamente, então seu descanso é muito perturbado e os cães muitas vezes podem estar cansados quando o proprietário volta para casa e só se acalmarem para dormir naquele momento.”

Ela acrescentou que os cães ansiosos uivam constantemente, apenas tomando pausas curtas para ouvirem se seu dono está voltando. A Dra. Potter disse que é quase impossível dizer se o seu cão é suscetível de ficar ansioso quando você sai de casa.

“Este é um problema escondido por sua natureza só acontece quando o dono está ausente”, disse ela.

A pesquisa anterior da universidade de Bristol mostrou que os cães de raça sofrem mais com a ansiedade da separação, e labradores e retrievers são particularmente suscetíveis. A Dra. Blackwell acrescentou que os cães jovens são mais propensos a ansiedade sem os seus donos.

“Quanto aos cães com problemas de separação, parece que o pico desta doença está em torno de dois anos de idade, mas os cães de qualquer idade podem sofrer”, disse ela. “Recomenda-se que todos os donos tentem filmar seus cães quando eles são deixados sozinhos de vez em quando, apenas para se certificar de que eles não estão mostrando um sinal ‘escondido’ de angústia, como tremer, correr ou choramingar.”

Potter disse que existem quatro passos simples que você pode seguir para ajudar seu cão lidar com sua ausência. “É importante não punir o seu cão se ele urinar ou ser destrutivo enquanto você está fora, isso pode deixá-lo mais ansioso por ser deixado sozinho e pode estragar o seu relacionamento”, acrescentou. “Seu cão será mais propenso a relaxar quando deixado sozinho, se ele fora alimentado e exercitado de antemão.”




(*)Matheus Gonçalves - Porto-alegrense de 21 anos e estudante de Administração na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde também cursou alguns semestres de Engenharia de Energia. Profundamente interessado por ciência, filosofia e literatura, produz conteúdo para Climatologia Geográfica desde abril de 2013.

Fonte - climatologiageografica.com

sexta-feira, 2 de março de 2018

Humanos da Idade da Pedra já tratavam seus cachorros feito gente





por Ana Carolina Leonardi(*).

Pintura Rupestre


A trajetória evolutiva dos cachorros é mais ou menos bem resolvida: os antepassados dos lobos começaram a andar por perto de onde viviam os homens nômades, para se alimentar com facilidade dos restos que deixávamos para trás. Os que eram menos medrosos se aproximavam mais, comiam melhor, vivIam melhor e deixavam mais descendentes. Ao longo de 13 mil anos, nós domesticamos os bichos, trocando segurança e comida por…

Pelo quê mesmo?
Já éramos pais de pets há 14 mil anos: descobertas recentes mostram que o envolvimento emocional com os bichos já era altíssimo no Paleolítico.

A versão oficial dessa história afirma que, para os seres humanos de 14 mil anos atrás, os cães eram uma ferramenta importantíssima: percebem sinais que passam batido pelos nossos sentidos, protegendo os bandos humanos e auxiliando a caça.

Ainda segundo essa narrativa, a “função” do cachorro teria sido deformada pela modernidade aos poucos. Com a nossa mania atual de humanizar tudo, o bichos teriam ganhado roupa, creche, participação nas fotos de família – em resumo, um investimento emocional (e muitas vezes financeiro) altíssimo.

Uma nova descoberta vem mudar essa história – e argumentar que, em vez de uma ferramenta, os bichos já eram tratados como filhos e cuidados carinhosa e intensamente pelos humanos desde o início da domesticação, há 14 mil anos.

Uma tumba do Paleolítico descoberta há mais de um século em Bonn, na Alemanha, continha um par de humanos e um par de cães enterrados juntos. Isso a gente já sabia – e era bonitinho e quem sabe simbólico que eles tenham dividido a “morada final” com os pets. Mas só isso não explica muita coisa.

A novidade é que foi possível extrair e analisar um dente do cadáver do cachorro mais novinho, com a idade estimada em 7 meses. E a forma como ele morreu diz muito sobre a relação humano-cão da Idade da Pedra.

Isso porque, segundo as evidências biológicas encontradas no dente, aquele cão tinha um caso gravíssimo de cinomose. A exposição ao vírus é extremamente comum entre cachorros até hoje – mas as versões agressivas da doença atacam o organismo muito rapidamente e têm poucas chances de cura.

O filhote da Idade da Pedra teria contraído a doença com 3 ou 4 meses de idade – e em casos graves assim, a doença pode matar menos de 3 semanas.

A cinomose costuma progredir em três fases: na primeira semana, o cachorro tem febre alta, vômito e diarreia, não come, fica letárgico. Na segunda fase, chega a congestão nasal e, com o sistema imunológico debilitado, muitos cachorros desenvolvem pneumonia. É nessa fase que 90% dos animais morre. Na terceira e última etapa, a doença começa a causar convulsões.

Como sabemos pelas provas arqueológicas, o cão só morreu 4 meses depois de pegar cinomose. Ou seja: viveu cinco vezes mais do que seria esperado para o quadro.

Segundo os pesquisadores que fizeram a análise do dente, a única explicação possível para uma sobrevida desse tamanho seriam cuidados intensivos dos donos – que envolveriam não só limpar diarreia e vômito, mas dar comida e água na boca (para um cão com diarreia) e manter o animal suficientemente aquecido (ainda que ele pudesse vomitar a qualquer momento).

São os mesmos cuidados que exige um bebê doente – e não são tão estranhos para a nossa relação moderna com os peludos. Mas, se a relação entre humanos e cães tivesse começado tão pragmática quanto dizem, e o valor dos bichos estivesse associado exclusivamente à sua capacidade de guardar e caçar, simplesmente não faria sentido desperdiçar os escassos recursos da Idade da Pedra em um bicho doente.

“Enquanto estava doente, o cachorro não teria nenhum uso prático como animal de trabalho. Isso, somado ao fato de que ele foi enterrado com seus supostos donos, sugere que existia uma relação de cuidado especial entre humanos e cães há, pelos menos 14 mil anos”, resumem os autores da pesquisa.

Não temos como saber se essa era a regra, ou se esses donos eram especialmente apegados ao seu cachorro – e o resto dos humanos, não. Se esse for o caso, será que a discussão “Pais de pet são pais?” começou há 140 séculos?


Fonte - c/comportamento
(*) Ana Carolina Leonardi é colunista de superabril

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

As melhores raças de cães para crianças






por Equipe Linkanimal(*).





Um bom cachorro para criança tem um temperamento tranquilo, é dócil e se adapta bem à casas com bastante movimento. Embora seja importante olhar para as raças que foram criadas para ter essas características, é necessário também analisar a personalidade e o temperamento do indivíduo que você está trazendo para casa.

Além das características biológicas do animal, a maneira com que ele foi criado também determina se ele será um bom cachorro para criança. Por esse motivo, é necessário socializar o cachorro para que ele conviva bem com bebês e crianças de diversas idades.

O cachorro ideal para crianças é um que não se irrita facilmente, que é paciente e que se diverte passando horas brincando e convivendo com o seu pequeno dono. Essa interação, que é ótima para ambos, fortalece a saúde da criança, suas habilidades de leitura, seu desenvolvimento cognitivo e seu senso de responsabilidade.

Como exibido em livros e filmes que evidenciem a relação entre crianças e cães, o laço entre uma criança e seu cachorro pode ser um dos mais fortes na vida de uma pessoa. Para ter um convívio ideal, além da personalidade do cachorro, a disciplina e os exercícios físicos são elementos essenciais. Similarmente, a criança deve ser educada para respeitar os limites e as necessidades do cachorro. De modo geral, nenhum cachorro, independentemente da raça, deve interagir com uma criança sem supervisão.

Justamente por estar vinculado a fatores comportamentais, genéticos e também predisposições é que algumas raças de cachorro são mais recomendadas do que outras como pets em casas com crianças e bebês. Converse com amigos, conhecidos, donos das raças que você mais gosta, veterinários e criadores para escolher a raça mais recomendada para a sua família.

10 Raças de cachorros para crianças


1. BULDOGUE INGLÊS


A raça Buldogue Inglês possui um temperamento dócil, o que faz este tipo de cachorro ser um excelente companheiro e viver de maneira harmoniosa com crianças, seja em casa ou em apartamento. Apesar de ter um nível baixo de energia, eles são brincalhões.

A raça Buldogue Inglês exige bastante disciplina, principalmente no convívio com crianças, pois os cães são naturalmente protetores e podem ser brutos. Sendo assim, é importante que eles sejam acostumados com novas pessoas e treinados a respeitar os comandos dos donos, desde filhotes.

Há bastante variação em personalidade, saúde e outras características dentre os diversos cães da raça por conta da recente popularidade e consequente produção excessiva dos cães. Como para todas as raças, donos devem garantir que esses cães foram criados de forma consciente e responsável, prezando a saúde e os aspectos comportamentais da raça. Mas quando bem treinados e socializados, o Buldogue Inglês pode ser considerado um dos melhores cachorros para criança.

Essa raça não é só apaixonante para as crianças, mas para os adultos também. Não é raro um dono de buldogue acabar com itens como esse em sua casa.

2. BEAGLE


Se você procura um cachorro de temperamento agitado e brincalhão para crescer com seus filhos, o Beagle tende a ser uma ótima opção. A raça não dispensa boas brincadeiras e passeios e pode se tornar uma companhia boa para crianças.

Vale notar que, além de protetora, essa raça é bastante ativa e não se dá bem sozinha por longos períodos de tempo. Portanto, ela é uma raça de cachorro para crianças que passam bastante tempo em casa ou para famílias que têm mais de um filho.

Por ser bastante ativo, o Beagle pode se tornar destruidor quando fica em casa por longos períodos de tempo sem ter o que fazer. Por esse motivo, é necessário deixar a sua casa cheia de distrações para o seu Beagle. Um alimentador interativo, como esse, é barato e ajuda a cansar o seu cachorro. Além disso, é importante deixar bastante brinquedos para ele morder. Sem brinquedos para cachorros, é possível que o seu Beagle opte por brincar com a porta, móveis e outros itens da sua casa. Além de curioso e brincalhão, o Beagle também é uma raça que adora farejar. Por isso, brinquedos com petiscos, como esse da marca Kong, podem ser uma boa opção.

3. BULL TERRIER


O apelido dessa raça em inglês, traduzido em “a criança na roupa de um cachorro” já fala bastante sobre a sua personalidade. Ele é um bom cachorro para criança, desde que a disciplina e os limites sejam reforçados pelos donos e ele receba exercícios físicos diários.

Por serem animais fortes, o Bull Terrier não é recomendado para crianças menores e tende a se dar bem com crianças mais velhas. De modo geral, além de inteligente, amigável e calma, a raça também é paciente com crianças e tolera as brincadeiras infantis. Nesse sentido, o alto nível energético é um fator positivo da raça, principalmente quando se considera que ela tolera várias horas de brincadeiras sem se cansar.

Cachorros dessa raça são fortes e precisam de bastante disciplina. Como para qualquer animal de qualquer raça, analise as características da sua família e conversa com o seu criador e veterinário para ver qual raça é ideal para você.

4. COLLIE


É muito comum associar o Collie à personagem Lassie. E não é por menos, essa raça de cachorro, assim como na história do filme, é apegada e amorosa com a sua família.

Por ser uma raça de pastoreio, o Collie lida bem com treinamentos, comandos, afazeres e, é claro, brincadeiras. A raça realmente pode ser um incentivo positivo ao comportamento das crianças, uma vez que poderá ensinar noções de responsabilidade e afeto.

5. POODLE


De uma forma geral, os Poodles são uma boa indicação para famílias com crianças, com excessão apenas para as versões toys que são mais delicadas e não recomendáveis para os pequenos. Os exemplares dessa raça são gentis, inteligentes, ativos e adoram brincar. Além disso, podem ser uma boa companhia para crianças que sofrem com alergias, uma vez que o Poodle não solta pelo.

6. LABRADOR RETRIEVER

Os Labradores são uma das raças de cachorro mais conhecidas pelo mundo por serem uma das escolhas mais populares de cachorro para criança. Indicado para qualquer idade, os Labradores são protetores, inteligentes, confiáveis, ativos e verdadeiramente apaixonados por seus donos. Além disso, a raça adora brincar e é bastante predisposta a aprender novos truques.

Vale notar que donos interessados em cães dessa raça precisam reforçar a disciplina e o exercício físico diário. Cachorros que não fazem o nível de exercício diário recomendado podem engordar, além de direcionar a sua energia a comportamentos indesejáveis, como latir e roer.

Os Labradores são conhecidos por roer e brincar com diversos objetos proibidos da casa. Portanto, precisam de bastante exercícios diários, estímulos mentais e brinquedos. Embora nenhum brinquedo seja indestrutível, os brinquedos dessa marca tendem a aguentar um pouquinho mais as brincadeiras de um labrador.

7. GOLDEN RETRIEVER

Assim como os seus primos Labradores, os Golden Retrievers são sociáveis, trabalhadores, inteligentes e tolerantes. O alto grau energético e a inteligência da raça torna o Golden um dos melhores cachorros para criança, especialmente àquelas que gostam de brincadeiras com água, já que os Goldens são uma das raças de cachorro que amam água.

O Golden Retriever é uma raça que precisa conviver em matilha. Portanto, ele é indicado para famílias ativas e que passam bastante tempo em casa.

8. PUG

Por ser pequeno, não latir e não necessitar muitos exercícios físicos, o Pug é uma raça ideal para apartamentos. Quando treinado e socializado a conviver com crianças, o pug também se torna um bom cachorro para criança.

Vale notar que o Pug tem um temperamento feliz e carinhoso, mas por ser teimoso, pode ser um pouco mais difícil de treinar. Similarmente, ele apresenta alguns problemas de respiração e saúde.

9. SHIH TZU


O que faz o Shih Tzu um cachorro ideal para crianças é o fato dele ser amigável, carinhoso e altamente adaptável. Ele não somente se dá bem com crianças e novas pessoas, mas tende a conviver harmoniosamente com outros animais.

Donos que optam pelo Shih Tzu precisam educar as suas crianças sobre a fragilidade da raça. Cães dessa raça são comumente machucados por crianças que gostam de brincar de forma bruta.

10. VIZLA

O Vizla é indicado para famílias que possuem crianças agitadas. A raça é gentil, leal, calma e afetuosa. No entanto, exige bastante atividades físicas.

Por esse motivo, e por ser um cão de trabalho, donos com Vizlas precisam oferecer exercícios físicos e mentais diariamente para manter um cachorro equilibrado e feliz em casa.

11. VIRA-LATA


Além das raças mencionadas acima, o vira-lata é uma das escolhas favoritas e se tornam ótimos cachorros para crianças. Quando socializados para conviver com crianças, esses cachorros se tornam ótimos “irmãos,” acompanhando os seus pequenos donos na hora de brincar, assistir televisão e até dormir.


(*).linkanimal.com.br