domingo, 29 de dezembro de 2013

Viajando com seus pets.







Segundo o veterinário Rafael Almeida, com vários serviços prestados nesse segmento, o primeiro passo é providenciar o acompanhamento da saúde do pet para que seja feito um exame clínico detalhado, afim de detectar alguma doença que possa afetar o animal ou se agravar durante a viajem. 

Se for por terra, o indicado é acostumar o bicho a passear de carro, dando voltas pela vizinhança, por exemplo, para que se familiarize com o balanço e não enjoe na estrada. “Mas mesmo assim, caso o animal venha a enjoar, a gente lança mão de algumas medicações. São os antieméticos, como dramin e plasil, sempre meia hora antes da viagem, para evitar que o animal tenha enjoos e venha a vomitar seja no avião ou no carro”, indica Rafael Almeida.

Ainda com relação a viagens de carro, também são necessários cuidados com a alimentação. É aconselhável que a última refeição do animal seja leve e sempre três horas antes de pegar a estrada, para evitar enjoos e vômito. 

Conforto e segurança

Seja gente ou animal, todos querem conforto na hora de viajar. E existem regras claras quanto a isso nas companhias aéreas. E tudo gera custos. Para viagens aéreas, são requisitadas caixas de transporte, do tipo kennel. Em uma pet shop da cidade, o preço do acessório varia de R$615 (para animais de grande porte), R$250 (médio porte) e R$70 (pequeno porte). De acordo com o vendedor, a saída é grande. “O problema é as empresas aéreas darem a medida certa. Cada uma tem um tamanho diferente.”

Mas de acordo com o veterinário Rafael Almeida, as dúvidas maiores são quanto ao transporte aéreo. Algumas companhias restringem o número de animais transportados por voo e até mesmo a raça. Os braquicéfalos, aqueles com o focinho achatado, não estão sendo mais permitidos devido a supostos problemas de respiração e com a pressão da aeronave. 

Rafael adianta que algumas empresas não aceitam animais agressivos, agitados, que ladram muito. Há casos em que a sedação se faz necessária. “Quando vai para o compartimento de carga, já pode se usar os sedativos mais leves. São medicações pré-anestésicas, numa dose um pouquinho mais baixa, não a ponto de anestesiar o animal. A parte de sedar, eu já não concordo muito em fazer.” 

É preciso avaliar se vale a pena

Antes de decidir viajar de férias com seu cachorro ou gato, é preciso ponderar se vale mesmo a pena ou não. A passagem de seu pet, ao final, pode sair bem mais cara do que a sua, depende do trecho e do porte de seu bichano. 

Para se ter uma ideia dos custos, aquela gaiola onde acomoda-se cães ou gatos — conhecida com kennel ou contêiner pode chegar a R$600. 

Some-se a isso as taxas cobradas pelas companhias aéreas. Na Gol, por exemplo, para o transporte dos animais como bagagens despachadas (acima dos 30 kg), é cobrada uma taxa de R$ 90, mais o peso do kennel com o animal junto, multiplicado pelo valor correspondente a 1% da tarifa cheia do trecho a ser voado.

Nas demais, como a TAM, a regra segue mais ou menos por aí, com pequenas variações de porcentagens. É praxe, porém, a entrega de documentação do animal como certificado zoossanitário internacional, atestado de saúde, carteira de vacinação. Há alterações para voos internacionais.

Nem todas as raças são aceitas para embarque por serem mais suscetíveis aos efeitos de temperatura e de ventilação. Os chamados braquicefálicos, ou seja, com nariz achatado, são vetadas. Entre os cães estão o boxer, pug, buldogue, chow chow, lhasa apso, pequinês, shar-pei. E os gatos: burmês, himalaia e persa exótico. 

Todas as orientações estão sujeitas a alterações periódicas. Portanto, é preciso ligar para a companhia aérea na qual irá viajar e se certificar das orientações específicas para seu caso — e o do seu animal, é claro. 

“Digo que não muda nada com relação aos gatos”

Bate-papo: Rafael Almeida - veterinário

Há algum risco verdadeiramente mais sério para o animal em viagens mais longas?
Sim. Animais cardíacos, com a variação de pressão, o próprio susto, isso tudo pode ser um fator que prejudique na viajem principalmente animais mais velhos. Se são animais menores, procure companhias que permitam carregá-lo dentro da cabine. Caso contrário, de carro seria mais interessante; o risco seria menor. 

Há alguma restrição quanto à raça?
Eu já vi companhias aéreas vetarem animais com focinhos achatados. São os braquicéfalos, como os shih tzus, os lhasa apsos, os pugs. Parece que tiveram alguns incidentes. Particularmente, não vejo nenhuma diferença de um que tenha o focinho mais longo para um achatado, tenha mais risco ou não de viajar de avião. Não tem nenhum problema ao meu ver.

E com relação a gatos? Os procedimentos são iguais aos com cães?
Costumo dizer que não muda nada com os gatos em relação aos cães. Até por que os gatos são muito mais tranquilos para viajar. São as mesmas recomendações: caixa de transporte, começar a treinar um pouco mais esse animal.

Fonte: http://tribunadonorte.com.br

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