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O termo Leucemia é definido como uma proliferação neoplásica de células do sangue e medula óssea. A classificação de Leucemia depende da localização das células neoplásicas, da duração do processo e do tipo de célula envolvida. Em geral, o local das células neoplásicas mantém uma relação fixa com o sangue periférico.
Leucemia aleucêmica é definida como um
a proliferação neoplásica das células originais da medula óssea, sem ocorrer libertação das mesmas no sangue periférico. Leucemia subleucêmica é uma proliferação neoplásica das células de origem da medula óssea, em que só algumas destas células são libertadas na circulação geral. Finalmente, Leucemia leucêmica é uma proliferação neoplásica das células de origem da medula óssea, em que um número elevado destas células é libertado no sangue periférico. Em geral, quando aplicamos o termo “Leucemia”, estamos nos referindo a uma Leucemia leucêmica.
Os dois termos utilizados para descrever as leucemias quanto à duração do processo são aguda e crônica. Leucemia Aguda geralmente desenvolve-se muito rapidamente e tem um prognóstico mais reservado e grave. Geralmente existe um elevado número de células jovens (blásticas) ou muitas células imaturas na circulação, o que faz com que o diagnóstico de leucemia seja relativamente fácil, mas na subclassificação destas alterações do tipo de célula é mais difícil devido à pobre diferenciação. Em contraste, a Leucemia Crônica corresponde à proliferação neoplásica de células bem diferenciadas.
LEUCEMIA AGUDA
As leucemias agudas representam menos de 10% de todas as neoplasias hematopoiéticas no cão, embora seja difícil obter uma estimação precisa devido à falta de distinção entre linfoma e leucemia em muitos casos. Da mesma forma, não está clara a proporção real de leucemias mielóides e linfóides.
Os animais afetados são jovens adultos, mas pode variar desde o primeiro ano de idade até os 12 anos. Pode haver uma ligeira predisposição sexual para as leucemias agudas no cão, com razão Macho:Fêmea de 3:2, mas não há predisposição racial
SINAIS CLÍNICOS
As leucemias agudas caracterizam-se por um comportamento agressivo e uma progressão rápida. Os sinais clínicos e os achados do exame físico em cães com leucemia aguda são usualmente vagos e não-específicos.
Em resumo, estes cães desenvolvem letargia ou anorexia, febre persistente ou recidivante, perda de peso, claudicação intermitente e alternada dos membros e outros sinais não-específicos. A esplenomegalia, hepatomegalia, febre e linfadenopatia generalizada discreta são geralmente detectadas durante o exame físico rotineiro. O baço nesses cães em geral está acentuadamente aumentado de volume e possui superfície lisa à palpação.
A inspeção cuidadosa das mucosas nos cães com leucemia aguda quase sempre revela petéquias e/ou equimoses, além da palidez. Icterícia pode também ser detectada se a infiltração leucêmica acentuada do fígado ou hemólise estiverem presentes. A linfadenopatia presente em animais com leucemia aguda geralmente é discreta, ao contrário da que ocorre em cães com linfoma, nos quais os linfonodos estão muito aumentados. Além disso, a maioria dos cães com leucemia apresenta sintomatologia, ao passo que mais de metade dos cães com linfoma é assintomática.
DIAGNÓSTICO
Um hemograma completo geralmente é confirmatório, embora as alterações hematológicas em cães com leucemia aleucêmica possam lembrar aquelas vistas na Erliquiose ou na aplasia-hipoplasia da medula óssea. Para avaliar a extensão da doença, estão indicadas a citologia aspirativa (mielograma – figura 1) ou biópsia de medula óssea. Punções esplênicas, hepáticas ou dos linfonodos para a avaliação citológica também podem ser obtidos facilmente.
Se um doente apresenta linfadenopatia generalizada leve e a única amostra submetida ao laboratório é um aspirado de linfonodo, a presença de linfoblastos indiferenciados no esfregaço resulta no diagnóstico citológico de leucemia aguda ou linfoma, pois as células linfóides neoplásicas no linfoma e na leucemia são indistinguíveis morfologicamente. Nesses casos, para estabelecer um diagnóstico definitivo é necessária mais informação clinicopatológica, como o grau e extensão da linfadenopatia, presença de hepatoesplenomegalia, hemograma e biópsia ou achados citológicos da medula óssea.
É importante diferenciar entre estes dois distúrbios, porque o prognóstico para cães com linfoma é consideravelmente melhor do que para aqueles que possuem leucemia.
Estas duas entidades podem ser difíceis de diferenciar com base na informação clínica, hematológica e citológica obtida, mas as linhas gerais a seguir podem ser usadas para tentar estabelecer um diagnóstico definitivo:
1. Se a linfadenopatia for maciça, o doente mais provavelmente possui um linfoma;
2. Se o paciente está sistemicamente doente, provavelmente possui leucemia aguda;
3. Se houver bicitopenia ou pancitopenia, leucemia aguda é o diagnóstico mais provável;
4. Se a percentagem de linfoblastos na medula óssea estiver acima de 40 a 50%, o doente provavelmente possui Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA);
5. Se houver hipercalcemia, o diagnóstico mais provável é linfoma.
Os seguintes princípios básicos de diagnóstico aplicam-se a todos os doentes com suspeita de leucemia:
1. Se estiverem presentes citopenias ou células anormais no sangue periférico, obter citologia aspirativa (mielograma) ou biópsia de medula óssea;
2. Se o baço ou o fígado estiverem aumentados de volume, obter um aspirado de agulha fina do(s) órgão(s) acometido(s) para avaliação citológica;
3. Realizar outros testes diagnósticos quando apropriado (por exemplo testes sorológicos para Ehrlichia canis).
HEMATOLOGIA
Em cães com leucemia aguda estão presentes alterações hematológicas acentuadas. Resumidamente, células anormais (leucêmicas) são observadas no sangue periférico da maioria dos animais com Leucemia Mielóide Aguda (LMA) e Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA), embora isto seja ligeiramente mais comum na última, pois os blastos circulantes estão ausentes na LMA. Citopenias isoladas, bicitopenias ou pancitopenias estão presentes em quase todos os cães com LMA e LLA. As citopenias, como anemia não regenerativa, trombocitopenia e neutropenia, estão presentes em todos os casos, embora a anemia e a trombocitopenia possam ser menos graves na Leucemia Monocítica Aguda (LMA).
BIOQUÍMICA
A avaliação bioquímica deve incluir eletrólitos, enzimas hepáticas, para avaliar se estamos perante uma disfunção hepática, e Uréia Sanguínea e creatinina, para descobrir uma possível disfunção renal. Nas leucemias agudas, é comum observar-se hipercalcemia, aumento da uréia, aumento do fósforo inorgânico e aumento das enzimas hepáticas, nomeadamente Fosfatase alcalina (FA), Alaninoaminotransferase (ALT) e Aspartatoaminotransferase (AST).
MEDULA ÓSSEA
Para uma avaliação correta da medula óssea deve ser efetuada uma citologia aspirativa (mielograma) e/ou biópsia. A avaliação citológica de casos de leucemia é essencial para:
1. Confirmar o diagnóstico de leucemia;
2. Determinar o grau de hematopoiese normal;
3. Determinar se há predomínio de células blásticas.
LEUCEMIA CRÔNICA
À semelhança do que acontece com as leucemias agudas, os sinais clínicos em cães com Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) e Leucemia Mielóide Crônica (LMC) são vagos e inespecíficos, e história crônica de sinais clínicos vagos precede o diagnóstico de leucemia crônica em metade dos cães. Muitos dos casos de leucemia crônica são diagnosticados ao acaso durante o exame físico e a avaliação laboratorial de rotina, pois cães com leucemia crônica apresentam-se assintomáticos.
Qual tratamento pra leucemia Crônica
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Excluirhttps://www.unicruz.edu.br/seminario/artigos/saude/LEUCEMIA%20LINFOC%C3%8DTICA%20CR%C3%94NICA%20EM%20UM%20CANINO%20-%20RELATO%20DE%20CASO.pdf