Bicho também tem ciúme.
A chegada de um bebê em casa pode deixar seu animal enciumado. Veja como lidar com essa situação
por Elaine Moraes
O ciúme não é uma exclusividade humana. E seu companheiro de quatro patas pode não gostar da ideia de dividir o espaço com um estranho, mesmo que ele seja tão pequenino e lindo como um bebê. Para evitar esse sentimento doloroso que bicho também tem, o casal que possui um animal de estimação deve tomar algumas providências já durante a gravidez.
É muito comum que nesse momento o animal fique em segundo plano e a liberdade em casa passe a ser bem mais restrita. As consultas médicas e toda a preparação para a vinda do filho roubam o tempo e a atenção dos donos, e a velha sala de tevê de repente vira um quarto inacessível, por exemplo. Bastam situações assim para que o bicho, até então rei absoluto, fique ressentido. "Falta de apetite, apatia, agressividade, uivos, miados excessivos ou até xixi fora do lugar são indícios de que ele está sentindo falta das regalias que tinha e isso poderá fazer com que, mais tarde, relacione a chegada da criança com uma ameaça", alerta a veterinária Regina Mota, da clínica Homeopatas, em São Paulo. O sofrimento pode acometer gatos, cachorros, papagaios...
Especialista em comportamento animal, Wagner Zoriki, da Organização Cão Cidadão, em São Paulo, explica que exercitar o desapego do espaço e do dono evita uma futura frustração. "Quando a criança finalmente chega ao lar, o importante é que os pais dividam sua atenção entre o bebê e o animal", complementa Zoriki. Ficar com a criança no colo e, ao mesmo tempo, alisar o pelo do cão o fará associar aquele pequeno ser a um momento de satisfação.
"Cada animal reage de uma forma diferente. Às vezes, o cachorro nem demonstra hostilidade e o gato nem sequer se importa com a mudança. Mas é preciso atenção. Se as tentativas de adaptação falharem e a agressividade permanecer, procure um especialista", orienta Regina.
Conforme a criança vai crescendo, é bem provável que o cenário mude e você presencie uma relação afetuosa entre ambos. O filho passa a interagir mais com o bicho e um sentimento recíproco de proteção toma o lugar do antigo ciúme.
Fonte: saude.abril.com.br
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