quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Gatos também doam sangue.










Pesquisadora da USP implantou o primeiro banco de sangue para felinos do Brasil. E ela precisa de gatos doadores.


por Tatiana de Mello Dias


Editora Globo


A veterinária Karin Botteon adora gatos. Por isso, quando foi decidir um tema de mestrado, ela escolheu o universo felino. E, como queria fazer algo que contribuísse com a evolução da medicina veterinária no Brasil, optou por algo inédito: quatro anos depois, Karin é a responsável pelo primeiro banco de sangue de felinos do País.


“A medicina veterinária evolui rapidamente, como a medicina humana. A busca por serviços especializados cresce a cada dia. Um proprietário de um gatinho com câncer, por exemplo, vai procurar um oncologista para tratar o animal, e não será diferente se o gato precisar de uma transfusão. O proprietário vai querer um sangue livre de doenças infecciosas e de qualquer risco de contaminação”, diz a veterinária. 

Hoje há mais de 21 milhões de gatos no País - um aumento de 16% nos últimos dois anos - mas até hoje não havia um banco de sangue específico para esses animais. 

É que tratar gatos é mais complicado do que cachorros. Os bancos de sangue de cães utilizam os mesmos materiais usados para humanos - agulha, bolsa e anticoagulante. Os materiais precisam ser estéreis, o que permite a separação do sangue em hemocomponentes e o estoque em condições adequadas.

Durante os quatro anos em que desenvolveu seu mestrado, Karin pesquisou os materiais necessários e os importou dos Estados Unidos. Mas, com o avançar do projeto, os pesquisadores conseguiram desenvolver versões nacionais a partir dos materiais humanos remanufaturados.


Além disso, os cães doadores normalmente são grandes - têm mais de 27 quilos -, por isso são compatíveis com os materiais de coleta para humanos. E eles conseguem fazer o procedimento quietinhos, sem nenhuma sedação. Com os gatos é diferente: eles precisam ser sedados.

Surgiu o outro problema: encontrar doadores. “A maior dificuldade da implantação foi encontrar proprietários dispostos a deixarem seus gatos doar o sangue”, conta Karin. “O gato é uma espécie bastante sensível, não tolera bem a contenção física para coleta como os cães, portanto é necessária a sedação.” Os donos, preocupados, hesitavam em liberar seus gatos para a doação - e a dificuldade existe até hoje para manter o estoque do banco. 

Editora Globo
Bolsa desenvolvida pela Equipe de Pesquisas



Os gatos têm três tipos sanguíneos: A, B e AB - não há doador universal. Por isso, é necessária a tipagem do sangue ou um teste de compatibilidade antes da transfusão. Gatos saudáveis com mais de 4,5 quilos de peso podem doar. É preciso ter vermífugo e vacinação em dia, ter entre um e oito anos de idade e ser dócil. 

Para doar: gatos saudáveis com mais de 4,5 quilos podem ser doadores. É preciso ter vermífugo e vacinação em dia, ter entre um e oito anos de idade e ser dócil. Seu gato é assim? Entre em contato com o Hospital Veterinário da USP.


Fonte: Revista Galileu

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