por Fabio Rodrigues.
Do G1 São Carlos e Araraquara
Agentes do serviço de zoonoses de São José do Rio Pardo (SP) têm produzido cadeiras de rodas para cães e gatos que perderam os movimentos nas patas traseiras em decorrência de acidentes. O trabalho voluntário é desenvolvido em parceria com outras pessoas da cidade que buscam uma melhor qualidade de vida para os animais com dificuldade em se locomover.
A cadeirinha é feita com tubos de PVC, uma forma encontrada pelos voluntários de baratear o produto. Atualmente os modelos disponíveis no mercado custam entre R$ 450 e R$ 650. “Um amigo dono de uma loja de material de construção doou os canos e conexões. Outra amiga costura os panos de suporte para o animal. Com isso conseguimos montar a primeira cadeira”, explicou o agente Ronaldo Luiz Carreiro da Silva.
O acessório criado por ele e outros dois agentes beneficiou o gato Jorge, que foi atropelado há três meses e perdeu o movimento nas patas traseiras. A professora Luceli de Souza Baptistão, que adotou o bicho, contou que sofria ao ver o felino se arrastar para se locomover.
“Achei a iniciativa espetacular, os agentes são muito dedicados e têm ajudado muitos bichos na cidade. A cadeirinha melhorou muito a vida de Jorge, que toma de três a quatro banhos por dia por conta de um problema urinário causado pelo acidente. Depois, deixo ele no quintal para andar enquanto cuido dos outros animais”, contou Luceli.
A professora mantém um espaço no Jardim Eunice onde há atualmente cerca de 20 gatos e 22 cães. Debilitados, muitos deles foram abandonados pelos donos. Luceli gasta R$ 1 mil por mês entre ração e remédios. Para manter os bichos em boas condições, recebe ajuda de voluntários e amigos.
Iniciativa
Os agentes da zoonoses produzem as cadeirinhas fora do horário de trabalho diário na Prefeitura. Cada acessório leva em média sete dias para ficar pronto. Eles aprenderam a montar o acessório após pesquisa feita na internet. Agora a próxima beneficiada pelo andador será uma cadela que tem cinomose, doença canina com alto índice de mortalidade.
“Já fizemos os ajustes e vai dar certo. Somos contra sacrificar e orientamos sempre a cuidar do animal até o final. É gratificante ver o bicho debilitado poder se locomover com essa ajuda. É uma alegria para ele, para nós, para o dono. A gente faz com carinho, amor e dedicação, isso é o mais importante”, afirmou Ronaldo.
O agente disse acreditar que, com a divulgação do trabalho, moradores da cidade devem procurar o serviço de zoonoses para ajudar outros animais com sintomas de paralisia.
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