terça-feira, 20 de setembro de 2016







(pio = pus, dermite = inflamação da pele)




A piodermatite, ou piodermite canina, é uma dermatopatia canina, ou seja, uma doença que acomete a pele dos cachorros. Ela é muito comum em pequenos animais, principalmente nos cães de colo. É uma infecção causada por uma bactéria e que resulta em lesões visíveis na pele do cachorro. Essas infecções envolvem, em sua maioria, os folículos pilosos, ou seja, os locais onde nascem os pelos dos animais.

As piodermites costumam causar lesões pequenas e vermelhas nos folículos, com presença de pus. A bactéria principal causadora da doença é o Staphylococcus spp, que é uma bactéria que vive normalmente na pele dos animais saudáveis sem causar nenhum problema. A infecção é causada por algum outro fator que causou a proliferação dessa bactéria, ou seja, o desequilíbrio entre a relação da bactéria com a pele do cachorro.

Como é que é?

A piodermite pode ser primária, quando não há causa de base identificada, Neste caso é classificada como idiopática. Na maioria das vezes, no entanto, acontece secundariamente a algum distúrbio na pele (demodicidose e dermatite atópica, por exemplo). Dependendo da profundidade das camadas da pele que atinge, é classificada como superficial ou profunda. 

O local mais atingido é a região abdominal, mas pode acometer todo o corpo, quando é classificada como generalizada. Face e cabeça dificilmente são afetadas.


A piodermite pode vir precedida ou acompanhada por uma foliculite (inflamação nos folículos pilosos), caracterizada por queda de pelos em várias partes do corpo. Os pelos são arrancados com facilidade e podem ser percebidas placas de queratina recobrindo o bulbo do pelo. No início, a piodermite pode ser apruriginosa (sem coceira), mas com a evolução do processo, as bactérias produzem super antígenos, que poderão desencadear a coceira. 



Existem inúmeras causas para que elas aconteçam, isto porque a bactéria, principal causadora da doença em cães e gatos, é o Staphylococcus spp, que também faz parte da própria microbiota cutânea, isto é, vive na pele normal dos animais saudáveis sem causar nenhum problema. Então, sempre há um fator desencadeante que faz com que se quebre o equilíbrio entre a população bacteriana e o hospedeiro, levando a uma proliferação bacteriana excessiva e sem controle, o que ocasiona as lesões e os sintomas característicos. Este é o principal motivo que torna as piodermites tão freqüentes: o fato de serem manifestações de várias outras doenças que citaremos a seguir.

Como são as lesões?
Embora o nome da doença indique que deve haver a presença de pus, isto não ocorre na maioria das vezes. As lesões se manifestam de múltiplas formas: pápulas (pequenas elevações) avermelhadas recobertas por crostas (vulgarmente seriam “casquinhas”), pequenas bolhas com pus (pústulas), perda de pelame de forma circular recoberta por escamas, úlceras (perda de tecido profunda), erosões (perdas superficiais de tecido).

Como pode ser dado o diagnóstico?
O clínico pode fazer isto através do aspecto das lesões e da citologia do material (análise microscópica). Por vezes se torna também necessária a cultura microbiológica do material obtido das lesões.

O mais importante, contudo, não é diagnosticar a piodermite mas sim identificar suas causas. Para isto o veterinário deve fazer uma investigação detalhada quanto a possíveis alergias, seborreia, sarna negra, desequilíbrios hormonais, presença de pulgas ou de outros parasitas, carências nutricionais, micoses, doenças auto-imunes, etc. Por fim, há casos em que não se descobre a causa, e estes são chamados de idiopáticos.
Tratamento

O tratamento para a piodermite em si consiste em antibióticos, além de xampus, anti-sépticos, anti-seborreicos e cicatrizantes para tratar as lesões. Identificada a causa da piodermite, deve-se também trata-la. Doenças autoimunes devem ser controladas pelo resto da vida do animal, o desequilíbrio hormonal pede medicamentos com base hormonal, e outras doenças devem também ser tratadas para que a piodermite não retorne.



Na maioria das vezes, a piodermite é causada por outras dermatopatias, parasitas e alergias; por isso, se seu cão já apresentou alguns desses problemas recentemente, avise ao veterinário.O antibiótico deve ser ministrado por cerca de dez a quinze dias para os casos mais superficiais, e de quinze a sessenta dias para casos mais profundos. O tratamento das lesões para que elas desapareçam e cicatrizem da forma correta é importante para que seu cão não desenvolva nenhuma infecção secundária.

Atenção:

Em alguns animais, a piodermite é chamada de recidivante (característica da doença que recidiva, que acontece de forma recorrente ou repetitiva). Nestes casos, pouco tempo após resolução do quadro, as lesões podem reaparecer. Dentre os motivos que levam a esta recorrência podemos citar: o tratamento por tempo insuficiente, escolha inadequada do medicamento utilizado, resistência bacteriana ou falta de diagnóstico da causa da base. 

Algumas doenças pustulares, como o pênfigo folíaceo, podem confundir o clínico no momento do exame do paciente. Neste caso, não há infecção bacteriana e sim uma doença de caráter autoimune. O diagnóstico e terapia são totalmente diferentes. Caso um animal apresente pênfigo e seja tratado como piordemite, não haverá sucesso no tratamento, trazendo frustração para o profissional e para o proprietário. 

As piodermites apresentam alta incidência na dermatologia veterinária, e diagnóstico e tratamento corretos são importantes para restauração da saúde da pele e da qualidade de vida do cão.




Com fontes de Portal Pets, Dermatopet.com e Animais em Pessoa (Dr.Giuliano Palha)

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