O que fazer na hora do adeus.
por Mariana Fabricio do Diário de Pernambuco
O produtor cultural Tadeu Gondin, 37 anos, optou pelo enterro da cadelinha Sarah, uma Dachshund, que aos 11 anos sofreu um infar- to e não resistiu. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press |
Ninguém gosta de pensar no momento em que não terá mais o animal de estimação por perto. Para
muitos proprietários, os pets são considerados membros da família e o apego dificulta a despedida na hora do falecimento. No entanto, em um momento como esse, é necessário saber o que fazer. No Recife são poucas as empresas que oferecem o serviço funerário especializado ou a cremação. Buscar ajuda de um profissional ou contratar uma empresa séria são atitudes que podem minimizar o sofrimento.
A veterinária Pâmela de Almeida explica que a decisão sobre o que fazer após o falecimento deve ser do tutor, mas alerta sobre alguns riscos. “Mesmo que o animal esteja em uma clínica ou hospital, é o proprietário que decide. Muitas vezes eles preferem ficar com o corpo. Nós indicamos a cremação, que é mais cômodo. Até porque para fazer o funeral é preciso ter um local adequado, com a profundidade de mais de dois metros porque é material biológico em decomposição”, esclarece.
A cremação oferece mais comodidade e menos custo, mas não é muito escolhida por tutores por ser feita de forma coletiva. “A cremação é feita através de empresas ligadas aos hospitais veterinários que incineram os animais junto com materiais biológicos. Por não ser individual, não há devolução de cinzas”. O valor irá depender do porte do animal, mas a taxa é a partir de R$50,00.
Já o funeral pode ser de responsabilidade do tutor ou de uma empresa contratada. O produtor cultural Tadeu Gondin, 37 anos, depois da morte de sua cachorrinha Sarah, uma Dachshund, que aos 11 anos sofreu um infarto e não resistiu, optou por contratar uma empresa para cuidar do enterro. “Ela faleceu em uma clínica, então me indicaram a cremação, até pensei na possibilidade, mas achei que seria mais respeitoso enterrá-la em um cemitério”, conta.
Tadeu recorreu à Serviços Funerários para Pequenos Animais (Serfupa), que se responsabilizou pelo transporte, enterro e permanência do corpo no túmulo durante dois anos. Todo custo foi de mil reais. “Eu sei que ali está apenas o corpo, mas durante 11 anos ela me deu tanta alegria que preferi desta maneira. Não que eu goste de fazer visitas em cemitérios, mas eu achei mais respeitoso fazer isso por ela”, afirma.
No Recife há apenas um cemitério e é exclusivo para cães, o Bosque da Saudade, que é privado e está sob a administração do Kennel Club. Marco Mota, um dos diretores, explica que para realizar o enterro é necessário se associar. “O interessado entra em contato e paga o valor de R$ 554,00. Para quem já é sócio é cobrado o valor de R$ 170,00 para cobrir a conservação do local. O corpo fica no jazido durante dois anos”, informa. Mota acrescenta que esse também deveria ser um caso de responsabilidade pública. “Deveriam existir alternativas acessíveis à população. Muitos animais são jogados no lixo ou em vias públicas pelas pessoas”.
De acordo com o secretário de Direito dos Animais, Rodrigo Vidal, não há previsão para a criação de serviço funerário público. “Estamos estudando a viabilidade para criar um crematório público, mas não há previsão para ficar pronto. Por enquanto é de atribuição da Emlurb”.
A ação de recolhimento de animais através da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) é feita através de telefone 156. A assessoria do órgão informou que o corpo do animal é levado para um aterro sanitário e a população que solicitar o serviço deve informar a localização e o porte.
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