por Dra. Marília Russi de Carvalho(*)
Educar significa ensinar a conviver socialmente, respeitando o local onde se vive, as pessoas , os animais, as plantas enfim tudo à nossa volta.
O respeito e a proteção aos animais são princípios que devem ser transmitidos `as crianças, desde muito jovens, e que devem começar em casa.
A ideia de que um animal sente dor e é passível de sofrimento pode despertar na criança sentimentos de respeito a natureza, auxiliando na formação de sua personalidade e colaborando para a sedimentação de posturas adequadas em relação ao meio ambiente. As crianças devem aprender que um animal não pode ser maltratado, seja ele um cão, um sapo ou uma barata, porque um ser vivo que foi criado pela natureza, tem sempre um papel no meio ambiente.
O abandono de cães e gatos, além de ser um transtorno para boa parte da população, é um péssimo exemplo que os adultos dão as crianças. Com esta atitude, ensina-se o desapego, o desrespeito e a falsa ideia de que tudo é descartável.
É necessário e urgente fazer um trabalho educativo junto a população, que precisa aprender a assumir suas responsabilidades.
A posse responsável é antes de mais nada, a manutenção dos animais domiciliados.
Muitos proprietários soltam seus cães para “dar uma voltinha“ e não se preocupam com as conseqüências deste passeio. Quando os cães são soltos nas ruas, eles não só acasalam à vontade, aumentando o número de filhotes abandonados, como ajudam na disseminação de diversas doenças entre eles próprios, mas também deles para as pessoas (zoonoses). Quando as cadelas têm suas crias, seus filhotes são deixados nas portas de outras pessoas, cabendo a terceiros assumir uma responsabilidade que não lhes compete. Muitas vezes fazem o mesmo com seus cães adultos quando adoecem. Esta prática é ainda mais comum diante das clínicas veterinárias, porque muitos acreditam ser “ obrigação “ do veterinário recolher animais abandonados.
A apreensão destes animais pela carrocinha, está provado no mundo todo, não resolve coisa alguma. Engana-se também quem acredita que as campanhas de castração sejam a única solução do problema.
Por mais que se recolham animais abandonados de nada adiantará se a população continuar a soltá-los. É um ciclo vicioso que precisa ser quebrado. Mas, para que isto aconteça é imprescindível que seja feito um trabalho educativo. É necessário que as autoridades sanitárias, os professores, aqueles que têm acesso aos meios de comunicação, tomem consciência do problema e passem a divulgar a ideia da posse responsável . É preciso que a população aprenda a assumir suas responsabilidades sempre com a preocupação primária do respeito social.
Nenhum de nossos pensamentos, desejos e ações, por mais insignificantes que nos pareçam, deixa de mexer com o cosmo. A toda hora, sem que o saibamos, estamos rabiscando as páginas do livro da vida universal. Por isto, somos responsáveis. As conseqüências de nossas ações nos alcançam imediatamente ou depois, mas sempre nos alcançam e não há lugar que nos proteja. Cada indivíduo é responsável por seus atos, trazendo para si mesmo o bem ou o mal, como conseqüência dos atos que pratica. O homem é o artífice de seu próprio destino, por isto é bom lembrar que nossas crianças serão os adultos de amanhã e é com nossos exemplos que se tornarão pessoas dignas, responsáveis e justas.
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