domingo, 23 de abril de 2017

Você sabe o que é uma Arcãobancada?.


Do Extraglobo.com






A partida desta quarta-feira entre Cruzeiro e São Paulo, pela quarta fase da Copa do Brasil, no Mineirão, em Belo Horizonte, contou com a prença especial dos cachorros de torcedores, que levaram seus "melhores amigos" para o jogo inaugural da 'arcãobancada'. Este é o primeiro espaço para animais de estimação em estádios do Brasil.

A área foi customizada para receber 60 convidados e seus mascotes, com direito a buffet especial, e ficou situado em um dos camarotes do Gigante da Pampulha.


Para o diretor do Mineirão, Samuel Lloyd, o pioneirismo do estádio na ação é uma forma de tentar ficar cada vez mais próximo do torcedor. "Procuramos conhecer cada vez mais nosso torcedor, para superar as expectativas de maneira positiva. Hoje estreamos este espaço, que se trata do primeiro passo de um projeto que nasceu para unir duas paixões; o time do coração e o animal de estimação", explicou Lloyd.



Além de contar com decoração temática, a área tem um espaço para que os animais possam fazer suas necessidades e diversos brinquedos e petiscos para os cachorros. Os cãezinhos ainda receberam o "cãovite", um passaporte de entrada no Mineirão. Para auxiliar os donos nos cuidados com os animais, a administração do estádio disponibilizou um adestrador.

A analista de marketing Marcela Carraro, dona do Theo, um cão da raça schnauzer de 5 anos, disse que a experiência não poderia ter sido melhor: "Eu me surpreendi com a estrutura e o comportamento dos cachorros. É muito legal curtir um momento desses com o Theo, porque, para muita gente, o bichinho é alguém da família. Sem contar que eles se divertiram muito".

E não foi só mascote de torcedor que ficou na 'arcãobancada', não. Logan, Golden Retriever do volante Lucas Silva, do Cruzeiro, aguardou o atleta no espaço até o fim do jogo.













quarta-feira, 19 de abril de 2017

Cães sentem luto?











Cães sentem luto?.

Patrícia Guimarães

Colaboração para o UOL, em São Paulo





Sentir a falta de alguém que já se foi não é só para os humanos. Quem tem mais de um cão em casa e passou pela experiência da perda de um dos animais já pode ter vivenciado isso. Foi assim na casa da designer de moda Bárbara Chicória. Dona da cadela Angelina, da raça Dachshund, Bárbara passou por momentos de preocupação quando o outro cão da casa, o poodle Brad, morreu em janeiro deste ano.

"O Brad já era bem velhinho e um dia cheguei em casa e o encontrei morto. A Angelina corria na minha direção e na direção dele assim que entrei. Depois disso, ela passou a uivar dia e noite. Não dormia mais na casinha, mesmo que estivesse frio e não comia direito", conta Bárbarba. 

Na casa da designer gráfico Cindia Ferragoni, a morte de um dos animais também foi muito sentida. A cadela Babi perdeu sua parceira Baby, que já tinha 15 anos e problemas de visão, depois que o animal caiu na piscina por acidente. "Foi o pior dia da minha vida. A Babi, apesar do cansaço, não dormia e depois ficou sem comer e sem beber água por dois dias", conta Cindia. Para evitar que a cadela passasse por transtornos maiores, a família decidiu tirar Babi do ambiente do acidente e levá-la para o apartamento da irmã de Cindia, onde a cadela foi retomando as atividades diárias e se recuperando lentamente até que voltasse para casa.

Animal sente luto?

Apesar de ser um conceito humano, os animais são mesmo capazes de sentir a ausência de um companheiro, como explica o veterinário Mauro Lantzman. "O luto é um processo cognitivo mais complexo. Mas podemos falar que o cão fica triste sim."

Para João Telhado, professor da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) e especialista em terapia comportamental veterinária, um dos motivos para esse sentimento de falta está no fato de que cachorros dependem muito do outro em termos de autoconfiança. "Quando eles ficam sozinhos, se sentem perdidos. Uma espécie de 'o que eu faço agora?'".

Os especialistas explicam que não é incomum notar uma mudança de comportamento nos animais que passam por perdas. Em geral, eles ficam mais quietos, amoados, podendo perder até o apetite. Mas o mais comum é que eles voltem ao normal em pouco tempo. Caso isso não ocorra, é preciso ficar atento.

"Se você tem um animal que fica sem comer por dois dias e depois não volta, é preciso levar ao especialista para ver o que está acontecendo. Você pode pensar que ele está triste porque perdeu, mas não. Às vezes, é porque se um morreu por intoxicação, por exemplo, o que ficou vivo também pode estar intoxicado. Então é preciso tomar cuidado com a humanização dos animais", alerta Lantzman.

Como podemos ajudá-los?

Adotar outro animal pode parecer a solução para algumas pessoas, mas os veterinários são enfáticos ao afirmar que essa medida não é necessária e, sequer, recomendada. "Ninguém vai ao velório de alguém e diz 'te trouxe aqui outra pessoa com a mesma altura, mesmas características que essa que você perdeu'. Com um animal não é diferente, porque ele pode não aceitar, já que é outra relação que precisa ser construída. A pessoa pode até tentar, mas não é uma solução", diz João Telhado.

Segundo os especialistas, o mais indicado é que o tutor tente dar mais atenção ao animal e respeitar o tempo até que ele se recupere plenamente. "É importante retomar a atividade natural, levar para passear, levar para tomar banho, interagir, levar a vida", explica Mauro Lantzman.

Quando a tristeza é pela perda do tutor

Para evitar que os cães passem por um período de muita tristeza quando um tutor se vai antes do bicho de estimação, a recomendação é socializar o animal. "Tem que criar o cachorro para ser sociável com todo mundo desde pequeno; seja com outros animais ou com pessoas. Tendo um círculo social, a falta será superada mais rápido e o cachorro não ficará preso em casa", ensina Telhado.

Nos casos em que o cão vive apenas com o tutor e não em uma casa em que há uma família, Telhado recomenda que além da ficha médica do animal, o responsável mantenha também junto dela algumas anotações sobre os costumes do cão, indicando as brincadeiras, alimentos e coisas de que mais gosta. Essas informações podem contribuir para que um novo tutor possa ter mais sucesso na interação com o animal no caso de uma fatalidade.