quarta-feira, 12 de junho de 2013

Animais de estimação comemoram aniversário com festas decoradas.





Animais de estimação comemoram aniversário com festas decoradas.
do G1 PR



Comemoração de aniversário com festas decoradas com paineis de fotos, bexigas, balões de gás hélio e bolinhas de sabão. Entre os quitutes servidos, bolo e outras guloseimas especiais. Para brincar, escorregador e piscina de bolinhas. Esse é um dos serviços oferecidos para o aniversariante e convidados por um pet shop. Anfitrião e amiguinhos são cachorros de estimação.

Pet shop de Curitiba organiza festa com duas horas de duração para até dez cachorros (Foto: Arquivo Pessoal)Pet shop de Curitiba organiza festa com duas horas de duração 
para até dez cachorros (Foto: Arquivo Pessoal)

“Vi uma loja especializada em festas de aniversários em Las Vegas [Estados Unidos], que tinha um departamento só para animais de estimação”, diz Maria Elisa Moreira, dona de um pet shop em Curitiba. Foi assim que surgiu a ideia de oferecer o serviço, colocado em prática em 2011. O pet shop promove cinco festas para cachorros por ano. “O curitibano ainda não comprou a ideia”, analisou.

O dono do cachorro anfitrião entrega os convites para os convidados, que não passam de dez – número que, segundo Maria Elisa, é ideal para a harmonia entre os bichos e, também, para a administração da festa. Ela supervisiona a festa com a ajuda do marido e de dois cuidadores. O horário da festa também é controlado. A diversão do canino dura exatamente duas horas para não “estressar o cachorro”, conforme Maria Elisa.

O bolo é colocado em uma mesa onde os cachorros se servem. Farinha de trigo integral, iogurte, suco de maçã e mel estão entre os ingredientes do bolo. “O resto é segredo”, disse Maria Elisa, garantindo a ausência de açúcar na receita.

Antes da festa começar, o anfitrião recebe os cuidados no pet shop, como banho e um traje apropriado para a ocasião, feito por uma costureira contratada pelo estabelecimento. A organizadora da festa explicou que o evento é somente para os animais de estimação. “Os donos participam na festa só no fim, quando vão buscar os cachorros”.

Os presentes recebidos são colocados em um cesto e, na hora de ir embora, os cachorros convidados ganham lembrancinhas com “gostosuras caninas” e até imãs de geladeira com a foto do pet anfitrião e DVD com imagens da festa.

Maria Elisa não quis contar o valor para a organização da festa. Ela explicou que o preço depende dos itens escolhidos pelo dono do pet, mas garantiu que “os valores não são inacessíveis”.

Outro serviço oferecido no pet shop é o de creche para cachorros. Os animais de estimação ficam em um espaço com brinquedos e uma televisão. Quarenta cachorros passam pela creche por semana, de acordo com a proprietária do local. Um deles vai todas as tardes, outros dois frequentam a creche três vezes por semana.

Na creche, animais de estimação ficam em um espaço com brinquedos, como piscina de bolinhas e escorregador, e uma televisão (Foto: Thais Kaniak / G1 PR)Na creche, animais de estimação ficam em um espaço com 
brinquedos, como piscina de bolinhas e escorregador, 
e uma televisão (Foto: Thais Kaniak / G1 PR)

“Os donos são pessoas que moram em apartamento e trabalham fora o dia todo, então eles trazem os animais para que não fiquem sozinhos”, relatou Maria Elisa. Ela contou que, no período em que os cachorros ficam na creche, eles aprendem a se socializar. “Ensinamos a brincarem juntos”.

O valor da diária integral da creche para os pets é de R$ 10, já o meio período custa R$ 5. Para que os animais de estimação tenham acesso aos serviços, de creche e das festas, eles devem estar em dia com a carteirinha de vacinação e com o antipulga.

Os donos de animais de estimação também podem contar com os serviços de uma babá especial para os pets. A recém-formada em Biologia, Rafaela Moura, de 26 anos, é pet sitter há três anos, em Curitiba. Ela cuida dos bichinhos enquanto os donos estão viajando ou trabalhando. “Vou até a casa onde o animal de estimação mora, limpo as necessidades, coloco a comida e levo para passear. Alguns só precisa soltar no quintal. Outros têm que sair pelo menos duas vezes por dia”, relatou.

“Teve uma vez que uma médica plantonista pediu para eu ficar com o animal dela durante as 30 horas do plantão que ela ia fazer, para dar atenção ao cachorro”, lembrou a babá.

Ela contou que, geralmente, serviço é solicitado em feriados, quando as pessoas costuma viajar. Há casos em ela precisa apenas medicar o animal de estimação. Agora, ela está cuidando de um cachorro com a pata quebrada. O animal precisa tomar o remédio várias vezes ao dia, como a família não fica em casa o dia todo, contratou a pet sitter para que dê o remédio para o animal.

A pet sitter já foi contratada para cuidar de dois cachorros durante o casamento da dona. “O casamento foi em um espaço ao ar livre e a noiva queria que eles entrassem junto com a daminha e o pajem. Fiquei cuidando dos cachorros antes e depois da festa, durante sete horas – alimentando, passeando no meio dos convidados”.

Rafaela cobra R$ 25,00 a hora para cuidar de até dois cachorros, mas o preço pode mudar de acordo com o animal e a quantidade. “Depende da espécie do bicho e do trabalho que ele dá”, explicou. A babá considera o trabalho perfeito, já que faz o que gosta e ainda consegue renda para ajudar outros bichos. “Sou protetora de animais. Utilizo o dinheiro para fazer o resgate e o encaminhamento de animais de rua”.

O empresário Marcelo Motter descobriu nos pets um novo segmento de mercado. Proprietário de uma lavanderia, decidiu empreender em uma loja exclusiva em lavagens de peças de animais de estimação. “Um amigo que tem pet shop me pedia para lavar as toalhas dos cachorros, mas eu nunca aceitei, não dá para misturar roupa de gente com coisas de animais. Vai que um cachorro tem sarna. Como tinha um ponto sobrando, abri a lavanderia”, relatou Motter.

Atuando no mercado desde 2011, optou em oferecer um serviço que, além de lavar as toalhas para os pet shops, também as fornece. Atualmente, o empreendedor tem um estoque de oito mil toalhas. Duas vezes por semana, ele troca as toalhas sujas por limpas, pelo valor de R$ 0,75 a unidade. Motter atende 95 pet shops em Curitiba e na Região Metropolitana. “Tenho um contrato com os pet shops, eles devem usar uma toalha por animal”, explicou.

Para o dono da lavanderia, o mercado está em “franco crescimento”. “Hoje em dia gastam mais com cachorro do que com filho. Conheço uma arquiteta que fez, para uma cliente, um closet para o cachorro dela”. Motter disse que, a cada mês, o lucro na lavanderia é maior do que no mês anterior. Pelos cálculos dele, o crescimento chega a 10% por mês.

A lavanderia também atende ao público final por preços que variam entre R$ 2, no caso de lavagem de uma toalha de banho, até R$ 20 para lavar o cesto ou a caminha do pet. “Quis testar o mercado e deu certo. Agora vou investir mais”, contou.


terça-feira, 11 de junho de 2013

Existe um gato ideal para cada pessoa.








Existe um gato ideal para cada pessoa.
do G1PR


População de felinos no país tem crescido mais que o dobro da de cães e deve ser a maioria em dez anos, segundo a ABINPET  (Foto: Rodrigo Saviani)População de felinos no país tem crescido mais que o dobro da de 
cães e deve ser a maioria em dez anos, segundo a 
ABINPET 
(Foto: Rodrigo Saviani)


O número de pessoas que escolhem um gato como animal de estimação aumenta cada vez mais no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET), a população destes felinos tem crescido mais que o dobro da de cães e deve ser a maioria em dez anos – atualmente são 37,1 milhões de cães contra 21,3 milhões de gatos. Porém, de acordo com especialistas, a escolha do pet ideal deve passar por alguns fatores, que vão desde a personalidade do dono até o tempo disponível.

“Existe um gato para cada tipo de pessoa. É preciso analisar o tempo que tem disponível para cuidar do gato, qual é o seu ritmo, se é uma pessoa mais agitada, mais tranquila. Através disso é possível encontrar o gato ideal”, disse a veterinária Victoria Vazquez.

Ela explica que gatos com pelos longos exigem cuidados maiores, assim como algumas raças específicas, como os persas. “Não é que ele solte mais pelos, porém, acabam sendo mais visíveis”, afirma.

Por isso, a veterinária indica que quem tem menos tempo deve procurar gatos menores e com pelos mais curtos. “Os da raça Ragdolls são mais recomendados para quem tem uma personalidade mais calma, pois gostam de colo, são mais tranquilos”, sugere. Victoria informou que a raça mais procurada ainda é a Persa. “Porém, eles dão um pouco mais de trabalho, devido o seu pelo ser mais longo”.

Além da escolha certa através da personalidade, a pessoa deve observar os cuidados com a saúde do animal. “A alimentação precisa ser bem controlada, com rações de alta qualidade. Isso influencia diretamente no pelo, na saúde”, comenta Vázquez. Ela conta que atende vários casos de problemas urinários por causa de rações com alta quantidade de corante, ou porque são alimentados de maneira errada.

A veterinária orienta que é preciso vacinar pelo menos a cada seis meses, além da importância da castração. “Isso previne doenças, como o câncer e até uma pseudogravidez, que também acontece com os gatos. Além disso, o gato não tem mais necessidade de ‘marcar território’, por isso acaba urinando apenas no lugar certo”.

A qualidade de vida do gato também pode ser melhorada por outros fatores, entre eles o banho e a tosa. “Muitas vezes as pessoas falam que tem alergia a gatos, mas na verdade isso pode ser por causa da poeira que se acumula no pelo dos gatos. Por isso, a questão estética pode melhorar muito com uma higienização, uma escovação bem feita”, explica Val Santarem, que trabalha como “esteticista animal”. 

Santarem destaca que o trabalho hoje vai além do simples banho e do corte do pelo. Os profissionais indicam os produtos de higiene corretos para cada tipo de raça e auxiliam até mesmo para evitar alguns problemas. “Tem pessoas que reclamam que os gatos arranham demais. Para casos assim, podemos aparar as unhas ou até mesmo usar protetores de silicone, que previnem esses acidentes”, conta o esteticista.


segunda-feira, 10 de junho de 2013

Gatos salvam dona grávida da morte.







Gatos salvam dona grávida da morte.
do Yahoo Notícias





Grávida de 40 semanas, a britânica Elaine Hilton teve sua vida e a de sua filha salvas por seus dois gatos de estimação. A história, que aconteceu em novembro de 2012, foi revelada por ela em entrevista ao jornal britânico “Daily Mail”. Os animais foram responsáveis por alertá-la de um vazamento de gás que ela não havia percebido por estar dormindo.



Gatos salvaram sua dona, que estava grávida, quando começaram a chorar






Tudo começou quando uma das chaleiras antigas de Elaine acabou quebrando e liberou uma enorme quantidade de monóxido de carbono. Dormindo, ela não percebeu que a casa havia sido tomada pelo gás. Os dois gatos, porém, começaram a chorar conforme os ambientes iam sendo preenchidos e, por conta disso, ela acordou. Ao notar a situação, teve tempo apenas de sair de casa e acionar os bombeiros.





“Eles [gatos] realmente salvaram minha vida. Quando cheguei ao hospital os médicos acharam que eu sobrevivi até muito tempo em contato com o gás, pois estava grávida”, afirmou Elaine. “Havia o risco de, com um pouco mais de tempo, minha filha ter nascido com muitos problemas ou até ter morrido. Por conta disso, meus gatinhos são os mais mimados possível agora”.

Elaine com sua filha Amber-Louise, que nasceu saudável após o incidente


A filha, Amber-Louise, nasceu saudável e apenas alguns dias após o incidente. Os gatos, que salvaram a vida de sua dona, também permaneceram saudáveis após o vazamento. Ao ser acordada Elaine afirmou que um de seus gatos estava com os olhos lacrimejando e o corpo tremendo muito. Os dois foram tratados por um veterinário logo após a chegada dos bombeiros.

domingo, 9 de junho de 2013

Remédios de uso humano podem matar cães e gatos.




por Mariana Fabricio do Diário de Pernambuco.





Uno, um miniatura pinscher com três anos de idade, apresentou os sintomas comuns da intoxicação após ingerir 30 gotas de analgésico dadas por sua tutora, a analista administrativa, 42 anos, Simone Pereira. Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A Press
Uno, um miniatura pinscher com três anos de idade, apresentou
os sintomas comuns da intoxicação após ingerir 30 gotas de
analgésico dadas por sua tutora, a analista administrativa, 42 anos,
Simone Pereira. Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A Press






Perceber o animal de estimação doente pode ser desesperador para quem não sabe como agir em um momento como este




Na ânsia de vê-lo saudável, alguns tutores resolvem medicá-los com remédio próprio para humanos. Mas o que nem todos sabem é que essa atitude agrava o estado de saúde do animal podendo até mesmo levá-lo a óbito. Conheça quais os riscos e as consequências de medicar seu pet com remédios impróprios para a espécie.

De acordo com a veterinária e professora de terapêutica da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Flávia Menezes, todos os animais são sensíveis à medicação humana. E as consequências podem ser fatais. "Os cães e gatos têm o metabolismo diferenciado e por isso medicamentos próprios para humanos passam mais tempo no organismo dos animais e demoram mais para serem absorvidos", explica.

Segundo Flávia Menezes, o tempo que o remédio demora para ser reconhecido é superior a seis ou oito horas, tempo que é comum às pessoas. Neste período o organismo procura eliminar o que não reconhece. "Normalmente o vômito e a diarreia são os sintomas mais comuns da intoxicação. Mas como o remédio não é eliminado porque ainda não foi absorvido pelo organismo, causa a hemorragia, quando o vômito e as fezes do animal saem com sangue".

Uno, um miniatura pinscher com três anos de idade, apresentou os sintomas comuns da intoxicação após ingerir 30 gotas de analgésico dadas por sua tutora, a analista administrativa, 42 anos, Simone Pereira. "A veterinária tinha indicado um remédio para ele tomar caso sentisse alguma dor. Pensando que seria a mesma coisa, dei um analgésico de uso humano. Depois que ele tomou percebi que uma reação estranha à medicação, vomitando muito, ficando molinho e com diarreia". Aos primeiros sintomas que o cão apresentou, Simone resolveu levá-lo para a Clínica Veterinária Fauna, onde recebeu tratamento para desintoxicação. "Ele ficou em observação após ser medicado e depois de três dias estava bem. Hoje tenho trauma de medicá-lo. Lembro que fiquei muito assustada", conta.

Entre os remédios que são frequentemente ingeridos pelos pets estão os anti-inflamatórios, analgésicos e antidepressivos. A falta de informação e a transferência de sentimentos para o animal são os principais motivos. "Quando o animal fica mancando ou o dono percebe que ele está sentindo algum tipo de dor, por achar que eles são iguais a pessoas ou crianças, os tutores optam por medicá-los, não sabendo o quanto isso pode fazer mal. Algumas pessoas ao se sentirem ansiosas ou depressivas, acham que o animal também está, então passam a medicá-lo".

Foi o que aconteceu com a doméstica Maria José da Conceição, 55 anos, que resolveu medicar seu cão Tico, também um miniatura pinscher, com seis anos após ele ter sofrido um acidente. "Ele estava mancando, então pensei que ele estivesse com dor aí resolvi dar um anti-inflamatório", explica. Conceição o medicou com duas doses a cada 24 horas. Ao perceber que ele estava vomitando bastante e com diarreia, sem saber que os sintomas eram reação à medicação imprópria, a doméstica resolveu então dar um remédio para má digestão, foi quando o quadro de Tico piorou. "Quando percebi que ele estava pior, levei ele ao veterinário e na clínica o médico me explicou que fazia mal a ele e que eu não podia dar remédio de gente", explica. O cachorro ficou internado durante seis horas em uma clínica veterinária, mas não resistiu. 

A veterinária Flávia Menezes afirma que casos como esses são recorrentes e afirma que esse tipo de medicação deve ser evitada até mesmo com remédios naturais ou chá. “O correto é evitar qualquer tipo de medicação humana ou até mesmo compartilhar remédio de outro animal, já que a dosagem pode ser diferente para cada um deles. No entanto, em caso de intoxicação, não se deve tentar alternativa caseiras. A primeira coisa a ser feita é procurar assistência adequada”, afirma.

sábado, 8 de junho de 2013

Cuidados com cães e gatos em época de chuvas.






Cuidados com cães e gatos em época de chuvas.

por Mariana Fabricio do Diário de Pernambuco







Com a aproximação do inverno, não são apenas os humanos que sentem os impactos da queda de temperatura. Os animais também são afetados e podem até mesmo adquirir algumas doenças por conta da mudança no clima. Alguns vírus são frequentes e facilmente transmitidos no ambiente úmido. Portanto, alguns cuidados a mais são necessários para manter cães e gatos saudáveis nesta época do ano.

De acordo com a veterinária e professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Roseana Diniz, animais saudáveis e vacinados têm mais dificuldade de adoecerem, mas outros fatores podem influenciar no estado de saúde. “O manejo com os bichos, o nível de estresse e a idade podem baixar a imunidade. É importante mantê-los saudáveis em todas as épocas do ano, mantendo uma boa alimentação, as vacinas em dia e um ambiente saudável. Assim, é mais difícil adoecer”, afirma.

Entre as doenças frequentemente adquiridas no inverno estão leptospirose, bronquite, broncopneumonia e cinomose. Os sintomas são diferentes entre cães e gatos. “Os gatos gostam mais de um clima quente, já os cães, do clima frio. Por isso, os felinos adoecem mais e apresentam mais sintomas. Além disso, eles têm alguns vírus adormecidos, ou seja, que não se manifestam clinicamente, mas que em tempo frio podem aparecer. Já os cães são mais naturalmente preparados para a época de chuva”, explica Roseana.

A natureza dos felinos é de se expor mais, o que pode facilitar a contaminação. Além disso, o estresse pode causar sintomas parecidos com os da gripe. Com a doença, o animal pode apresentar espirros, ficar com os olhos marejando, a vocalização diferente (semelhante com uma rouquidão), tosse seca, diminuição nas atividades e na ingestão de alimentos. Segundo a veterinária, todos esses sintomas podem desaparecer de três a cinco dias. “Se progredirem, pode ser broncopneumonia, então será o caso de prescrever analgésicos e antitérmicos. Geralmente começa com um surto e alguns precisam de ajuda ”, conta. Para não haver contaminação é preciso evitar o contato com a chuva e a lama ou esgoto.

Mais resistentes, os cães geralmente sentem-se bem no inverno e raramente ficam doentes. “Normalmente quando um cão adoece é porque ele já estava com o vírus. Não foi uma chuvinha que ele pegou que provocou, ela apenas facilitou, foi a gota d'água. Outros fatores que contribuem para eventuais problemas de saúde são a falta de alguma vacina ou mudança na rotina do cachorro”, informa Roseana.

Animais criados ou abandonados na rua têm mais facilidade de contaminação por estarem expostos a mais riscos. Foi o caso de Chica, uma cadelinha de sete anos sem raça definida que era criada na rua e foi achada pela professora Leila Menezes, 46 anos. “Quando a encontrei ela estava totalmente debilitada, mancando. Depois que levei ao veterinário, descobri que ela estava com cinomose”, conta Leila.

A cadela ficou alguns dias internada na Clínica Veterinária Animania, onde tomou as vacinas necessárias e recebeu tratamento. Para a veterinária Alessandra Melo, que acompanhou o caso de Chica, as exposições ao frio e a chuva foram fundamentais para que ela ficasse com o estado de saúde debilitado. “Essa é uma das doenças mais frequentes nessa época, assim como a leptospirose. Quando o cachorro não é vacinado e ainda leva chuva, a imunidade baixa. No caso de Chica, a doença já estava avançada, mas deu para reverter”, explica Alessandra.

Quando contaminados, os sintomas que aparecem nos cães são diminuição no apetite e na disposição e tosse. Se o quadro se agravar, é hora de procurar um veterinário. Fatores como a mudança de hábito, tipo de pelagem e a idade também podem causar enfermidades. “Se ele tem uma pelagem maior, sentirá menos frio. Cães idosos ou muito novinhos devem evitar se expor a chuva”, acrescenta.

Apesar dos riscos, o clima úmido pode ser confortável para os cachorros passearem. “No clima aqui no Recife, o verão é bem mais preocupante do que o inverno. Como os cachorros transpiram pela boca, focinho e patas, expô-lo ao sol pode ser prejudicial. No tempo nublado ele fica mais confortável, principalmente pela manhã antes das dez horas e após as 15 horas. O passeio no intervalo entre esses horários deve ser evitado. Lembrando que cão saudável não adoece em uma chuvinha, então é importante mantê-lo vacinado e com alimentação de qualidade”, completa Roseana.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Gato com argola de vidro no pescoço é resgatado após mobilização em SC.





Gato com argola de vidro no pescoço é resgatado após mobilização em SC.
(*)


Um gato que tinha uma argola de vidro presa ao pescoço foi resgatado na noite de domingo, no Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis. O animal havia motivado uma grande mobilização desde a última terça-feira: alunos e voluntários fizeram uma campanha pela internet para arrecadar gatoeiras (armadilhas para capturar gatos). O felino ainda não ganhou um nome, mas é chamado temporariamente de Argola.



A mobilização começou quando uma aluna da universidade viu o gato com a argola presa ao pescoço e procurou os seguranças do campus, que disseram que o animal estava assim há alguns meses. A bióloga Elisa Carolina Ferreira, que estuda Zootecnia na UFSC, buscou ajuda com uma voluntária, Simone Marcondes, para capturar o felino.



No começo, as duas pensavam que o gato era uma fêmea. Elas criaram um grupo no Facebook pedindo doações de gatoeiras e a ajuda de voluntários dispostos a ajudar na tentativa de capturar o animal. Segundo Simone, foram emprestadas quatro gatoeiras, que foram instaladas pelo CCA.



Durante a semana passada, Simone, Elisa e outros voluntários se revezaram durante o dia e a noite para monitorar as gatoeiras. Elas contaram com a ajuda dos seguranças da universidade, que também monitoravam a movimentação dos animais. As armadilhas capturaram vários outros gatos, mas o felino da argola no pescoço só caiu em uma delas na noite de domingo.

O gato teve a argola removida e deve ser castrado Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação
O gato teve a argola removida e deve ser castrado
Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação




Elisa levou o animal para casa, e ele deve ser castrado na quarta-feira. A bióloga disse que não escolheu um nome definitivo para o gato porque o objetivo é soltá-lo no campus da UFSC depois que ele se recuperar da castração. Cerca de 10 gatos vivem soltos no local, recebendo alimentos de alunos, professores e funcionários da universidade.O gato foi atendido por uma veterinária, que sedou o animal e removeu a argola de vidro. A suspeita é de que o objeto fosse proveniente de uma embalagem de maionese, e que o animal tenha ficado com a cabeça presa dentro do pote quando ainda era menor, há cerca de seis meses. O felino teria quebrado o restante do vidro, mas a parte mais grossa ficou presa em seu pescoço.





Depois de Argola, Elisa e Simone querem castrar os outros gatos moradores do CCA. Elas pretendem continuar pedindo ajuda pela internet para arrecadar dinheiro para a castração a baixo custo, que custa entre R$ 50 e R$ 70 para cada gato.

(*)Noticiasterra.com.br

terça-feira, 4 de junho de 2013

O que fazer na hora do adeus.




O que fazer na hora do adeus.

por Mariana Fabricio do Diário de Pernambuco




O produtor cultural Tadeu Gondin, 37 anos, optou pelo enterro da cadelinha Sarah, uma Dachshund, que aos 11 anos sofreu um infarto e não resistiu. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
O produtor cultural Tadeu Gondin, 37 anos, optou pelo enterro da
cadelinha Sarah, uma Dachshund, que aos 11 anos sofreu um infar-
to e não resistiu. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press






Ninguém gosta de pensar no momento em que não terá mais o animal de estimação por perto. Para


muitos proprietários, os pets são considerados membros da família e o apego dificulta a despedida na hora do falecimento. No entanto, em um momento como esse, é necessário saber o que fazer. No Recife são poucas as empresas que oferecem o serviço funerário especializado ou a cremação. Buscar ajuda de um profissional ou contratar uma empresa séria são atitudes que podem minimizar o sofrimento.

A veterinária Pâmela de Almeida explica que a decisão sobre o que fazer após o falecimento deve ser do tutor, mas alerta sobre alguns riscos. “Mesmo que o animal esteja em uma clínica ou hospital, é o proprietário que decide. Muitas vezes eles preferem ficar com o corpo. Nós indicamos a cremação, que é mais cômodo. Até porque para fazer o funeral é preciso ter um local adequado, com a profundidade de mais de dois metros porque é material biológico em decomposição”, esclarece.

A cremação oferece mais comodidade e menos custo, mas não é muito escolhida por tutores por ser feita de forma coletiva. “A cremação é feita através de empresas ligadas aos hospitais veterinários que incineram os animais junto com materiais biológicos. Por não ser individual, não há devolução de cinzas”. O valor irá depender do porte do animal, mas a taxa é a partir de R$50,00.

Já o funeral pode ser de responsabilidade do tutor ou de uma empresa contratada. O produtor cultural Tadeu Gondin, 37 anos, depois da morte de sua cachorrinha Sarah, uma Dachshund, que aos 11 anos sofreu um infarto e não resistiu, optou por contratar uma empresa para cuidar do enterro. “Ela faleceu em uma clínica, então me indicaram a cremação, até pensei na possibilidade, mas achei que seria mais respeitoso enterrá-la em um cemitério”, conta.

Tadeu recorreu à Serviços Funerários para Pequenos Animais (Serfupa), que se responsabilizou pelo transporte, enterro e permanência do corpo no túmulo durante dois anos. Todo custo foi de mil reais. “Eu sei que ali está apenas o corpo, mas durante 11 anos ela me deu tanta alegria que preferi desta maneira. Não que eu goste de fazer visitas em cemitérios, mas eu achei mais respeitoso fazer isso por ela”, afirma.

No Recife há apenas um cemitério e é exclusivo para cães, o Bosque da Saudade, que é privado e está sob a administração do Kennel Club. Marco Mota, um dos diretores, explica que para realizar o enterro é necessário se associar. “O interessado entra em contato e paga o valor de R$ 554,00. Para quem já é sócio é cobrado o valor de R$ 170,00 para cobrir a conservação do local. O corpo fica no jazido durante dois anos”, informa. Mota acrescenta que esse também deveria ser um caso de responsabilidade pública. “Deveriam existir alternativas acessíveis à população. Muitos animais são jogados no lixo ou em vias públicas pelas pessoas”.

De acordo com o secretário de Direito dos Animais, Rodrigo Vidal, não há previsão para a criação de serviço funerário público. “Estamos estudando a viabilidade para criar um crematório público, mas não há previsão para ficar pronto. Por enquanto é de atribuição da Emlurb”.

A ação de recolhimento de animais através da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) é feita através de telefone 156. A assessoria do órgão informou que o corpo do animal é levado para um aterro sanitário e a população que solicitar o serviço deve informar a localização e o porte.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Eutanásia um dilema; fazer ou não.















Despedir-se do animal de estimação não é nada fácil. E mesmo diante do diagnóstico de uma doença incurável e que pode impor uma má qualidade de vida, o apego e sobretudo o amor pode levar o proprietário a lutar até os últimos momentos para tratá-lo. No entanto, em alguns casos a orientação dos médicos veterinários é quase sempre a mesma: a eutanásia. Um método que, mesmo prometendo uma morte sem dor, ainda é bastante rejeitado pelos tutores, seja pela dúvida ou falta de informação.
A veterinária Débora Monteiro teve que autorizar a eutanásia do seu próprio cãozinho, um labrador que sofria de câncer. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press

A veterinária Débora Monteiro teve que autorizar a eutanásia do seu próprio cãozinho, um labrador que sofria de câncer.Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press 

De acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) a eutanásia é considerada como “Cessação da vida animal, por meio de método tecnicamente aceitável e cientificamente comprovado, observando sempre os princípios éticos”. Para garantir o bem-estar, o procedimento deve atender a alguns princípios básicos definidos no Guia Brasileiro de Boas Práticas para a Eutanásia. E entre eles está a garantia da ausência de dor ou desconforto ao animal.

Segundo a médica veterinária do Hospital Veterinário Harmonia, Pâmela Vieira, a eutanásia é um sacrifício humanitário, já que todo procedimento ocorre quando o animal está anestesiado. “Primeiro são aplicadas drogas anestésicas no animal e, quando ele estiver completamente adormecido, é aplicada uma medicação que provoca parada definitiva no coração. O animal morre de parada cardio-respiratória”, explica. O procedimento dura em torno de 30 minutos e pode custar de R$100,00 a 300,00 dependendo do porte do animal.

Recentemente, o caso do cachorro Dentinho, encontrado na rua sem pelos e com problemas nos olhos e nos dentes, levantou a discussão sobre se o melhor seria sacrificá-lo. No entanto, de acordo com Gustavo Campos, médico da Clínica Veterinária responsável pelo caso, não foi necessário. “Ele não tem doença sem tratamento ou degenerativa, apenas não é um cachorro perfeito. O caso dele tem tratamento. A eutanásia deve ser somente em casos graves”.

Segundo a Resolução N° 1000, de 11 de maio de 2012, a realização da eutanásia em animais está restrita a situações em que não há possibilidade de outras medidas alternativas, devendo apenas ser indicada pelo médico veterinário, quando:

I - o bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor ou o sofrimento dos animais, os quais não podem ser controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos;

II - o animal constituir ameaça à saúde pública;

III - o animal constituir risco à fauna nativa ou ao meio ambiente;

IV - o animal for objeto de atividades científicas, devidamente aprovadas por uma Comissão de Ética para o Uso de Animais - CEUA;

V - o tratamento representar custos incompatíveis com a atividade produtiva a que o animal se destina ou com os recursos financeiros do proprietário.

Mesmo sendo um dos motivos para realizar a eutanásia, a falta de recursos para tratar o animal ainda divide a opinião entre os veterinários. Para muitos não é motivo suficiente. “Aqui no Hospital Harmonia nós não fazemos mediante essa justificativa. Sendo por dificuldade financeira, os donos podem recorrer aos hospitais universitários, ou a organizações. Só fazemos quando não há possibilidade de tratamento por conta de alguma doença irreversível”, afirma Pâmela.

Segundo ela, as doenças mais comuns que podem ser irreversíveis são falência ou insuficiência nos órgãos, ausência das funções ativas normais, raiva e cinomose. No entanto, mesmo diante de casos em que a eutanásia é indicada, a decisão deve ser do responsável pelo animal. “O veterinário indica, apenas orienta, mas a decisão é do dono. Nosso papel é esclarecer sobre o caso, as chances e a qualidade de vida”, afirma.

Foi o que aconteceu com o militar Nahum dos Santos, 42 anos. Ele foi alertado por vários veterinários sobre o caso da rottweiler Dark, que aos seis anos apresentou diversas complicações derivadas de erliquiose, doença transmitida por carrapato, além de anemia e problema renal. Nos primeiros meses o militar não poupou esforços para tratar a cadela. “Foi um tratamento caro, ela tomava remédios diariamente, além da equipe de veterinários que acompanhava o caso”, conta.

Em determinado momento do tratamento, os três veterinários indicaram a eutanásia. Segundo eles, seria o melhor a ser feito. “Eu relutei, não aceitei no início, fazia tudo para ter alguma reação de Dark, mas eles diziam que não tinha mais o que fazer. Foi quando aceitei porque não aguentava mais a angústia de vê-la sofrer e por causa da minha impotência diante de tudo”, conta.

Ao chegar no consultório, Nahum voltou atrás. O motivo foi a esperança. “Diante de tudo que a gente já viu na vida, tantas histórias de superação, achei que deveria acreditar. Mas um dia depois ela teve uma morte natural. Acho que fiz certo em esperar, se não eu sempre ficaria na dúvida”, afirma. Mesmo desistindo, o militar afirma que tinha bastante segurança nos veterinários e diz ter certeza que o procedimento seria seguro.

Para tomar a difícil decisão, a confiança nos profissionais envolvidos é indispensável. De acordo com a veterinária Débora Monteiro, a melhor pessoa para informar sobre o caso do animal é um bom profissional. “O veterinário é quem pode esclarecer sobre a qualidade de vida que o animal terá e se há risco de morte, então o melhor é ouvi-lo”, afirma Débora, que também passou pela experiência com um labrador preto de 7 anos, que batizou de Negão.


O cachorro foi deixado na clínica em que ela trabalhava, sem pelos, com emagrecimento fora do normal, pesando 18 kg, quando deveria estar com 30 kg. “Ele foi doado por alguém que não queria cuidar dele, então resolvi adotar. Ele recebeu todo tratamento necessário e me surpreendi, porque quando ele ficou saudável descobri que era um labrador preto”.


Depois de três meses o cachorro estava totalmente recuperado, mas depois de alguns anos voltou a emagrecer e foi diagnosticado com câncer. Mesmo conseguindo vencer a doença, ele tinha parte do fígado comprometida e já estava com metástase no pulmão. “Eu não tinha mais o que fazer para dar qualidade de vida a ele. Negão era um cão ativo, mas depois da doença não comia nem brincava mais, então o veterinário que o acompanhava indicou a eutanásia e eu, como veterinária também, sabia que era a melhor coisa a ser feita”, afirma Débora.

Débora conta que também foi motivada a decidir pela eutanásia ao ver o sofrimento do cachorro. “Devemos nos perguntar: até onde vai nosso egoísmo? Claro que me ajudou saber que realmente não havia nada a ser feito e que a culpa não seria do profissional, mas o que mais me motivou foi vê-lo sofrendo. Ele tinha vivido bem e morreu com 13 anos. Hoje guardo o melhor dele, as lembranças boas”.


domingo, 2 de junho de 2013

A domesticação tornou os cães capazes de decifrar as nossas intenções.






A domesticação tornou os cães capazes de decifrar as nossas intenções.
por Nathalia Tavolieri (da Revista Época)




Se você tem ou teve cachorros, já deve ter se perguntado no que eles costumam pensar. O antropólogo americano Brian Hare, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, dedica sua vida para decifrar como eles pensam. Hare gosta de se identificar como dog guy (o cara dos cachorros), tamanho seu fascínio por cães. Na faculdade, aprendeu que a comunicação por meio de gestos, como mímicas, era habilidade exclusiva dos humanos. Mas sabia que seu cão Oreo conseguia entender seus recados e comandos. Após aplicar uma série de testes para verificar sua memória e raciocínio, teve certeza: Oreo era mais esperto do que imaginava.

A curiosidade inicial impulsionou os anos de pesquisa que viriam a seguir, cujos principais resultados podem ser conferidos em seu novo livro The Genius of Dogs: How dogs are smarter than you think (O gênio dos cachorros: por que eles são mais espertos do que você imagina, com lançamento no Brasil previsto para novembro pela Editora Zahar), escrito em parceria com sua mulher, Vanessa Woods. Segundo Hare, o convívio com humanos teria feito com que cães desenvolvessem um sistema de aprendizagem semelhante ao observado em crianças pequenas. Eles conseguem ler os sinais de seus donos e, em alguns casos, imitá-los e reproduzi-los quando necessário. Assim como as crianças pequenas e seus pais. “Se apontamos algo a um bebê, ele entende sobre o que estamos falando – ainda que não saiba exatamente o que está sendo dito”, diz Hare. Outro exemplo seria o latido, uma forma de imitar a fala humana. De acordo com Hare, membro do Conselho de Neurociência Cognitiva da Universidade Duke, os lobos, ancestrais dos cães, raramente latem para se comunicar. Para ele, cães latem porque nos veem falando.

Brian Hare 


As conclusões sobre o funcionamento da mente canina ainda são incipientes. Brian Hare diz nesta entrevista a ÉPOCA que sua pesquisa está apenas no começo. Sob sua liderança, um time de pesquisadores toca o Dognition, plataforma online lançada em fevereiro deste ano para ser o maior banco de dados do mundo sobre cães. O objetivo do projeto é reunir informações prestando um serviço para donos de animais de todo o planeta. Após fazer o cadastro e pagar uma taxa (que varia de US$ 39 a US$ 147, de acordo com o plano), a pessoa recebe quais testes de aplicar no cão, em forma de jogos. Ao informar os resultados observados, o usuário recebe um perfil cognitivo de seu pet, que basicamente diz qual o seu tipo de comportamento. Para Hare, as informações coletadas podem dar origem a pesquisas que vão facilitar desde o adestramento à identificação de cachorros aptos a designar atividades específicas, como os farejadores e os cães-guia. Com respostas sobre como pensam, nossa relação com eles só tem a ganhar.

ÉPOCA: Por que o senhor acha que os cães são mais espertos do que imaginamos?
Hare: Depois de nós, humanos, eles são os mamíferos mais bem sucedidos do planeta. Vivem dentro de nossas casas, sentam-se em nossos sofás e, se bobear, até dormem em nossas camas. Descobrimos que a domesticação fez com que desenvolvessem uma inteligência social, tornando-os capazes de decifrar as nossas intenções. Eles aprenderam uma forma de se comunicar e interagir conosco semelhante à de crianças pequenas.

ÉPOCA: Como assim?
Hare: Nem nossos “parentes” mais próximos, como os chimpanzés, são capazes de entender os gestos humanos e se expressar por meio deles como os cães. Por exemplo, quando se aponta para um brinquedo que está escondido, esse gesto faz o cão levar seu olhar do dedo da pessoa ao local onde está o objeto. Como disse anteriormente, é uma reação semelhante à de crianças que ainda não sabem falar. Assim como elas, os cachorros entendem quando demonstramos interesse em cooperar e nos comunicar com eles. Também conseguem memorizar palavras por meio de associações. Esses tipos de habilidades comunicativas permitem que os cães se relacionem socialmente com a gente de uma forma incrível.

ÉPOCA: O que faz da nossa relação com os cachorros tão especial?
Hare: Cientificamente, ao interagir com cachorros nossa pressão sanguínea cai e as taxas de ocitocina, beta-endorfina e dopamina (substâncias associadas a sensações de prazer) aumentam em nosso corpo. Ter um cachorro pode tornar seu dono mais atraente e emocionalmente seguro. Essa proximidade também é benéfica para os cães. Suas taxas de ocitocina também sobem quando estão perto de gente. Tanto é que muitos preferem passar mais tempo com humanos que com outros cães.



ÉPOCA: Como o Dognition pode melhorar o relacionamento entre cães e seus donos?
Hare: Sabemos muito pouco sobre como pensam nossos amigos de quatro patas. Até hoje, o maior estudo sobre cães contou com dados de 15 mil cachorros. A nossa plataforma online tem potencial para reunir informações de milhões deles, o que vai permitir responder questões que antes só especulávamos, como, por exemplo, se a agitação é uma característica individual, da raça, do habitat ou do sexo do cão. Esses dados também podem ajudar a identificar que tipos de cães são mais aptos a prestar serviços, como os cães-guia e os farejadores, além de influenciar o desenvolvimento de novas técnicas de adestramento.

ÉPOCA: Como fazer para confiar nesses dados, que são recolhidos sem que o senhor possa comprová-los?
Hare: Nossa metodologia é bastante consistente. Os mesmos testes sugeridos no site já foram feitos em laboratório. São fáceis de serem aplicados e seus resultados, seguros. Pesquisas não são feitas só por quem tem doutorado. Esse estudo é realizado a partir da colaboração de qualquer pessoa que tenha tempo, disposição e vontade de aprender mais sobre seu cachorro e, ao mesmo tempo, nos ajudar a colher dados para pesquisas futuras. Hoje, o Dognition reúne dados de milhares de cães de mais de 40 países.

ÉPOCA: Como esses exercícios são estruturados?
Hare: Os jogos são rápidos e costumam durar de 15 a 30 minutos cada. Eles testam diferentes tipos de habilidade canina, como empatia, comunicação e raciocínio. Em um exercício para avaliar a memória, por exemplo, o dono deve esconder um brinquedo em frente ao cachorro. Após 10 segundos, o cão é solto e deve lembrar onde o objeto está. Alguns cães vão direto ao esconderijo. Já outros se esquecem do objeto...

ÉPOCA: Existem cães mais inteligentes que outros?
Hare: Dizem que os Border Collies são os mais espertos, mas não há estudos que, de fato, comprovem isso. Cachorros diferentes usam estratégias e abordagens particulares para resolver problemas. Há vários tipos de inteligência comportamental. Um estilo cognitivo pode ser melhor em um contexto que em outro. Não é correto compará-los. É como dizer que um martelo é uma ferramenta melhor que uma chave de fenda. Depende da necessidade.

sábado, 1 de junho de 2013

Cadela ecológica.






do jornal Estado de Minas


Nala (E) foi treinada pelos donos, o austríaco Adalbert Bernhard e a psicóloga brasileira Mércia Bernardes. Foto: Maria Teres Correia/ EM/DA Press
Nala (E) foi treinada pelos donos, o austríaco Adalbert Bernhard e a psicóloga brasileira Mércia Bernardes. Foto: Maria Teres Correia/ EM/DA Press

Com suas orelhas redondas e olhar esperto, uma cocker spaniel malhada tornou-se a atração entre os adeptos das caminhadas dos bairros São Bento e Santa Lúcia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Batizada originalmente de Nala, a cadela recebeu dos moradores o apelido de cachorrinha da reciclagem, porque sempre teve o hábito de carregar uma garrafa plástica na boca. Ela não pode ver uma embalagem vazia descartada nas ruas. Seguindo o próprio faro, recolhe o recipiente entre os dentes e o carrega por quilômetros até chegar em casa, onde será devidamente reciclado pelos donos, o professor de idiomas austríaco Adalbert Bernhard, o Adi, de 65 anos, e a psicóloga Mércia Bernardes, de 61. 



Faz nove anos que esse gesto se repete, durante a caminhada diária do casal, tornando-se difícil calcular quantos PETs a cachorrinha já retirou do meio ambiente. “Não há como dizer isso sem parecer chavão, mas, se cada um fizer uma pequena parte, acaba ficando grande”, explica Mércia. Ela conta ainda que a generosidade do animal desperta o melhor sentimento nos vizinhos da pista de cooper: “As pessoas estão sempre sorrindo para nós, elogiam a iniciativa”. De origem perdigueira, a cocker queria levar para casa todas as embalagens que encontrava jogadas nas praças e ruas. Nala queria “reciclar” latas de alumínio e até garrafas de vidro, como cascos de cerveja. Preocupados com sua segurança, os donos a treinaram a pedir permissão antes de catar a garrafa. Se for de água mineral ou refrigerante, está liberado. Se for de detergente ou inseticida, sinal vermelho.

Nala enche os donos de orgulho e provoca ciúmes na golden retriever Bah, que deveria chamar mais atenção pelo tamanho e cor caramelo, além da bandana roxa na coleira. “Ela até tenta tomar a garrafa da outra, mas Nala é mais danadinha e sempre vence a disputa. Por ser de uma raça de cães caçadores, a cocker tem por instinto sempre carregar algo na boca. Já a outra não consegue”, comparam os donos, sem esconder a satisfação com o animal. Como se prestassem atenção na conversa, as duas iniciam uma divertida briga pela garrafa de água mineral azul. Bah se aproveita de uma distração de Nala, toma a embalagem para si e corre na frente, em disparada. Mas a dianteira dura pouco e logo Nala retoma seu troféu, que Bah deixa escapar da boca. 

O comportamento de Nala é um espelho da convivência com os donos. Segundo Adi, que ostenta a bandeira brasileira no chapéu de lona de abas largas, reciclar seria equivalente a respirar na Áustria. O costume já está incorporado na cultura do país nórdico desde os anos 1980. “Cada casa na Áustria tem em frente lixeiras nas cores amarela, verde, azul, vermelha e preta. Todas as pessoas separam o lixo durante uma semana e, em um dia definido, passam os lixeiros. No Brasil, ainda não funciona assim”, compara. 

Coisas do Brasil

Entre coisas que não funcionam em BH, Adi inclui o trânsito e os bancos. “Às vezes a burocracia aqui me estressa muito, mas existem compensações como o futebol. Aqui, qualquer time de bairro derruba a Seleção da Áustria”, brinca. “Tem também a cultura, o artesanato, a música, a comida e o clima”, exalta Adi, que prefere caminhar sob o sol, com o cuidado de usar chapéu e protetor solar para proteger a pele clara. Ele e Mércia, nascida no Brasil, se recusam a mudar para a Europa por causa do frio. “Ele me fez ver o Brasil com outros olhos e a valorizar o verde. Na Áustria, na maior parte do ano a vegetação está coberta por neve. A paisagem é branca, com alguns pinheiros. Só nascem jardins no verão”, explica Mércia.

A brasileira pactuou com o marido adotar a prática da reciclagem no apartamento onde moram, no Santa Lúcia. Os dois estão no segundo casamento e se conheceram por intermédio da troca de e-mails, apresentados por uma amiga em comum. Maravilhado com o Brasil em viagem anterior de negócios, Adi interessou-se em conhecer o idioma antes de voltar ao país. Iniciou uma conversação a distância com Mércia e descobriram interesses em comum. Antes de se aposentar, ambos atuavam no setor de recursos humanos nos países de origem. Ele é engenheiro de formação. “Lembro-me até hoje que levei uma hora para escrever o primeiro e-mail de três linhas para a Mércia, consultando diversos dicionários. Guardo até hoje a mensagem”, conta. 

Com Mércia, o austríaco aprendeu a falar o português (apesar do sotaque carregado) e a amar os cães. Protetora dos animais, a psicóloga recolhe muitos abandonados na rua e cuida deles. A mãe de Nala foi achada na Barragem Santa Lúcia, grávida, atolada na lagoa, em época de forte estiagem. Estava anêmica e recebeu todos os cuidados de Mércia, que esperava acolher uma ninhada cruzada de vira-latas. Para sua surpresa, porém, nasceram seis filhotes de cocker spaniel, entre eles a malhada, que chegou a ser doada para uma família e depois devolvida, já batizada de Nala (a namorada do rei Leão no desenho animado de mesmo nome da Disney). “Pegamos para criar, porque ela não podia ficar mudando de casa toda hora. Gosto muito dos cães e meu companheiro assimilou bem isso. Eles interagem com a gente, dão suporte quando a gente precisa. São as nossas meninas, a nossa nova família, agora que os filhos se tornaram adultos”, define.

Fonte: Pernambuco. com