terça-feira, 27 de setembro de 2016










Um paradigma nos treinamentos de cães policiais dizia que um animal adestrado para uma função, nunca conseguiria desempenhar outra, ou seja, se ele foi treinado para ser de patrulha, não poderia adquirir capacidade para procurar drogas. E foi exatamente esse tabu que foi quebrado no Canil da Polícia Militar (PM) de Bauru, no Estado de São Paulo. 

O pastor alemão Leroy, além de atuar muito bem no patrulhamento e na guarda, também se tornou um excelente cão farejador. Além de economizar custos para o Estado, a técnica ainda aperfeiçoa o trabalho da PM, que pode contar com um policial “2 e 1” em todas as ocorrências. A subtenente Eliete Aparecida Tavares Ramos, comandante do Canil, destaca que o trabalho desenvolvido em Bauru era considerado até impossível. Pelas diversidades até da raça do cão. No entanto, pela habilidade demonstrada pelo Leroy e pela técnica do policial adestrador, foi possível ser desenvolvido um método. 

O policial que conseguiu superar esse conceito pré-estabelecido foi o soldado Carvalho. Ele revela que após fazer o curso no Canil Central em São Paulo, voltou para Bauru com a ideia de desenvolver um cão com a dupla habilidade. Para isso, procurou um cachorro adequado desde filhote. Leroy chegou à Polícia Militar com 53 dias de vida, e desde o início foi preparo por Carvalho. O policial destaca que o cão precisa ter uma habilidade natural para o trabalho planejado. Mesmo assim, em algumas situações percebe-se durante o adestramento que o cão não é compatível com a ação policial. Quando isso ocorre, ele é dispensado da atividade. Mas Leroy sempre demonstrou um talento natural com seu faro.

Inicialmente ele foi treinado para ser cão de guarda e patrulha. O trabalho iniciado foi o desenvolvimento da aptidão do animal, e em seguida, a aplicação da técnica policial e a obediência. Nessa fase, o trabalho policial é associado a brincadeiras para que o cão associe o desempenho de suas funções a algo divertido. Carvalho então iniciou a especialização de Leroy em uma segunda função, a de faro. Os cães farejadores podem ser treinados para procurar drogas, explosivos ou para fazer buscas de pessoas, por exemplo, em matas. Como a necessidade da PM em Bauru é maior no combate ao tráfico, Leroy foi adestrado para farejar entorpecentes. Foi conseguido dividir na cabeça dele as duas funções. Assim, ele sabe exatamente quando deve fazer o trabalho de guarda e patrulha e quando fará o de faro”, afirma o soldado. A troca de funções acontece quando a guia é mudada de lugar. Quando Carvalho prende a guia na coleira no pescoço de Leroy, ele sabe que é o momento de atuar como cão policial em ações de patrulha, como contenção de suspeitos, prevenção em grandes multidões, como estádios de futebol e até em rebeliões de presídios. Já quando a guia é presa junto ao peitoral, é o momento de Leroy sair a campo em busca de entorpecentes. Carvalho pontua que esse processo não foi fácil.

O soldado Carvalho observa que um dos objetivos da Polícia Militar em São Paulo é exatamente o adestramento de cães para desempenhar duas funções. Dessa forma, o policial avalia que se economiza em medicamentos e ração, além de agilizar o trabalho. Ele observa que em uma situação de patrulha, se há suspeita de drogas é preciso ir até o Canil, deixar o cão e embarcar na viatura outro que tenha o treinamento de faro. Com o Leroy, podemos trabalhar nas duas situações. Em minha opinião, isso dá maior agilidade ao trabalho policial. Leroy ainda vai trabalhar mais quatro anos até se aposentar. Porém, daqui a dois anos, Carvalho já precisa começar a preparar seu substituto. Mas o treinamento do novo cão policial não será exatamente o mesmo, pois como cada cão é único, adaptamos a técnica a ele.

Fonte: Comunicação Social da Policia Militar do Estado de São Paulo.


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