quinta-feira, 26 de julho de 2012




Ter um cão deficiente é um enorme gesto de amor. Cães com deficiência podem dar algum trabalho extra, mas são tão capazes quanto cães sem deficiência e podem se adaptar às mais diversas situações e ambientes, requerendo somente um pouco mais de disposição e dedicação dos proprietários.

Hoje você conhecerá um pouco sobre como adestrar cães deficientes auditivos, e como ajudá-los a ter uma vida mais dinâmica e melhorar sua comunicação com as pessoas.

O adestramento de obediência básica é feito com o cachorro que não ouve da mesma forma que fazemos com cães sem essa deficiência, utilizando o método de reforço positivo, ou seja, recompensando os comportamentos certos. Para ensinar comandos, como o senta por exemplo, utilizamos o petisco como uma "isca", bem próximo ao focinho do cão, induzindo que ele erga a cabeça até colocar a traseira no chão, e então damos o petisco ao cão. Depois de algumas repetições, ele associará o gesto da mão aberta para cima com o comando senta; da mesma forma, os outros comandos ensinados deverão ter gestos bem claros e distintos, para facilitar o entendimento do cãozinho.

Outra ferramenta importante no adestramento desses cães é a caneta de laser. O laser vermelho é utilizado para ensinar ao animal, entre outros, o comando vem; apontando o laser para o chão, traçamos uma linha até a pessoa, e assim que o cachorro chegar, é recompensado. Outra ferramenta usada é uma lanterna comum, com lâmpada branca, que significa o não para o animal; por exemplo, ao ensinar um cãozinho a não subir no sofá, podemos piscar algumas vezes a lanterna branca quando ele tentar subir, e ao mesmo tempo impedir o pulo. Ao ver a luz da lanterna, ele saberá que aquele comportamento deve parar.

O cão deficiente auditivo é bastante atento a movimentos e vibrações, por isso, outra forma interessante de motivar e capturar a atenção desse cãozinho é utilizando brinquedos, como cordas ou bichinhos de pelúcia, movimentando-os para que o cão se interesse, ou batendo os pés no chão

É importante orientar a todos que tem contato com o cãozinho que devem ser cuidadosos no manejo, pois é um cão que pode se assustar se pego desprevenido. Procurar sempre se colocar no campo de visão do cão, fazendo contato visual antes de pedir algum comando pode ajudar muito na comunicação entre as partes.

Cuidados com a segurança do animal que não ouve bem devem ser redobrados. Numa situação de emergência, por exemplo se o cão fugir por um portão aberto, podem ser muito mais difíceis de contornar, pois ele não ouvirá as pessoas o chamando. Por isso, o uso de guia, coleira e plaquinha de identificação, e estar sempre atento com o pet é indispensável.

Com podemos ver, treinar um cão deficiente auditivo tem suas particularidades, mas da mesma forma como um cão sem deficiências, a convivência com as pessoas e a qualidade de vida deste cãozinho podem ser melhoradas. Por isso, se você tem um cão deficiente, não desista dele! Com as técnicas adequadas, dedicação e carinho, esse cãozinho trará desafios, mas também muitos resultados gratificantes!

Texto: Juliana Yuri (Adestradora da Cão Cidadão)
Revisão e Edição Final: Alex Candido

SURDEZ CANINA
por Elsa Bernardo Oliveira



Muitos são os mitos que se atribuem ao cão surdo. Muita gente rejeita o escolhido amigo canino depois de diagnosticada a surdez porque acha que isso significa que o cão é pouco inteligente, que não será capaz de aprender o básico para viver dentro de casa, que é temperamental e que o mais certo é ser atropelado assim que sair à rua. Nada mais errado. Um cão surdo é tão feliz e amável como qualquer outro, inteligente e ansioso por aprender e por ter atenção do dono. Precisa talvez de uma dose maior de paciência, mas não da nossa pena ou rejeição. E os resultados são tão compensadores como com um cão que ouve, isto é, um companheiro para toda a vida, brilhante e afetuoso.

Causas da surdez
Um cão pode nascer surdo. Há registos de 35 raças com probabilidades genéticas de originar cachorros surdos, mas mesmo nessas raças as percentagens são muito baixas. Apenas os dálmatas apresentam um percentagem mais alta. 30% destes belos cães nascem surdos. Os Boxers, Bull Terriers, e Montanhas dos Pirinéus são outras das raças comuns entre nós que podem sofrer desse defeito genético.

Mas todos os cães são passíveis de perder a audição, quer por doença, ferimento ou velhice. Diagnosticar a surdez do animal pode ajudar a compreendê-lo e a evitar mal-entendidos.

O diagnóstico definitivo de surdez só pode ser dado pelo teste BAER (Brainstem Auditory Evoked Response), mas este é bastante caro. Os testes caseiros e a consulta veterinária determinam com quase toda a segurança a surdez bilateral (dos dois ouvidos) ou unilateral (de um ouvido só). Afinal, ninguém conhece melhor o cão do que o dono e o seu veterinário.

Se notar que o seu cão, quer seja apenas um cachorro ou um adulto perfeitamente integrado na família, não responde quando o chamam; ou responde apenas quando está virado de frente para si, dorme mais do que o habitual, não acorda senão quando tocado, se vira na direcção errada quando o chamam, abana a cabeça ou coça as orelhas muitas vezes, pode estar perante sinais de surdez.

Pode fazer alguns testes para confirmar as suas suspeitas: com o cão virado de costas para si e à distância suficiente para não sentir as vibrações do ar e do chão, abane um molho de chaves, aperte um brinquedo que chie, bata palmas, ligue o aspirador, bata com dois objectos um no outro ou toque uma campainha. Lembre-se que o cão pode reagir se sentir as vibrações destes testes. Em todo o caso, leve-o ao seu veterinário. Ele, melhor do que ninguém, poderá fazer um diagnóstico mais preciso. Pode até acontecer que o cão tenha o canal auditivo bloqueado e o caso se resolva com uma limpeza.

A comunicação é essencial
Um cão surdo aprende com tanta facilidade como qualquer outro. Só que não ouve. Portanto é preciso aprender a comunicar com ele. A comunicação gestual dá grandes resultados. O cão aprenderá os gestos correspondentes às ordens que lhe quer dar, aos objectos, às actividades, tudo o que lhe queira ensinar.

Aos 5 ou 6 anos a maioria dos cães conhece até 50 sinais. Com um ano pode entender até 20. Pode começar com os básicos: senta, deita, fica, vem, rua, bola... O cão aprenderá imediatamente a procurar sinais nas suas mãos e expressões faciais, assim como nos objectos, como a tigela da comida ou a trela.

Comprar um livro de bolso de linguagem gestual é uma óptima opção porque além do dono aprender, pode facultar os sinais básicos a qualquer pessoa que necessite de ficar com o cão por alguma circunstância (o veterinário, por exemplo).

Chamar o cão pode ser um problema se ele se afastar demasiado. Dentro de casa ou em espaços limitados, pode chamá-lo batendo no chão com o pé ou acendendo e apagando luzes. Fora de casa, mantenha-o SEMPRE à trela.

Tenha especial atenção no treino de acordar um cão surdo, porque isto exige muita paciência e cuidado. Faça-o sentir os seus passos e toque-lhe suavemente. Habitue-o a ser tocado sempre no mesmo local, no ombro, por exemplo. Muitos mitos errados sobre a agressividade dos cães surdos são originados por sustos causados por acordares bruscos. Lembre-se que qualquer cão assustado por reagir mal, tente fazê-lo sentir-se sempre em segurança.

Exercício é sempre essencial
Qualquer cão precisa de exercício para se manter feliz e saudável. No entanto, um cão surdo não deve ser deixado nunca à solta, pois não ouve os chamamentos do dono e pode fugir para longe e perder-se, além de que não ouve os carros e pode ser atropelado. A trela é essencial, assim como uma etiqueta com nome do animal, contactos do dono e menção de surdez. Pode ainda ter uma campainha para o poder localizar se ele se afastar. Uma coleira corporal, em vez de uma de pescoço, anula a possibilidade de o cão, se assustado, recuar e a trela escapar pela cabeça. Se tem jardim ou pátio, este deve ser vedado, para impedir que o cão escape para a rua.

Basta seguir algumas regras básicas para que o seu companheiro especial desfrute de uma vida feliz e repleta de bons momentos consigo.

10 dicas para lidar com um cão surdo:

1 - Aprenda a comunicar com o seu cão
2 - Faça-o sempre saber que está por perto
3 - Seja sempre gentil
4 - Treine-o com muitas recompensas e encorajamento
5 - Permita que se aproxime de estranhos farejando primeiro as suas mãos.
6 - Vedar os espaços exteriores onde o cão vive é essencial para a sua segurança.
7 - Estabeleça um treino regular e contínuo
8 - Ame-o e aceite-o com as suas necessidades especiais
9 - Prenda-o a si dentro de casa para o ajuste inicial, educação básica, relacionamento e segurança dele.
10 - Nos passeios, mantenha-o sempre á guia e perto de si, dá segurança a ambos. Coloque uma etiqueta na coleira com o nome e os seus contactos e a menção de “SURDO”.

Fonte:
arcadenoe.sapo.pt

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