sexta-feira, 4 de janeiro de 2013





por Denize Guedes/Agência Estado



Você pode até não acreditar, mas há cães que adoram o barulho de um rojão, de um estrondo de fogos de artifício - como os que normalmente se ouvem na passagem de ano, natal, festas juninas e finais de campeonatos de futebol. 

É que eles aprenderam a relacionar o som, desagradável para a maioria dos cachorros, à crença de que algo divertido - com muitos petiscos, de preferência - vai acontecer.

Milagre? Não, é o fruto de estímulo trabalhado em relação ao ruído. "Vamos passar o ano-novo só na correria, brincando com os cachorros com bolinhas, frisbees e petiscos escondidos", conta Raquel Yukiehama, dona da Dog Resort, creche e hotel para cães no Planalto Paulista, zona sul de São Paulo. "A ideia é criar e reforçar a associação positiva (de prazer com o som)."


Raquel explica que, apesar de os cães terem a audição quatro vezes mais apurada que a dos humanos, o que mais os deixa incomodados e assustados é o fato de não saberem de onde aquele barulho vem. "É como se fosse uma punição despersonalizada, que vem do nada", diz. A zootecnista Sara Favinha, sócia da Tudo de Cão, empresa especializada em comportamento animal, concorda. "O problema nem é tanto a audição, mas o desconhecido. É diferente de desenvolver medo do liquidificador, em que o cão nota que é aquele o objeto responsável pelo barulho. Com os fogos não é assim."

Tratamento

Quando não tratado, o medo dos "estrondos" pode levar o animal até a se machucar. "Um cachorro que seja acostumado a ficar do lado de fora da casa pode se jogar contra uma porta de vidro ou sangrar a pata de tanto tentar entrar em casa." Quando o caso é severo, o ideal é procurar a ajuda de um profissional que detecte a intensidade do temor e indique um tratamento. "Há veterinários que prescrevem calmantes, até para preservar a integridade física do bichinho", conta Sara.

Uma dica para começar a tratar os temidos rojões e fogos é fazer o cão já gastar energia - com longos passeios, por exemplo - na véspera e no dia de réveillon ou de um jogo de futebol. Deixá-lo ficar mais dentro de casa nesses dias também ajuda.

Outra saída é comprar um CD com ruído de fogos, à venda em pet shops (ou gravar esses sons você mesmo em MP3), e colocá-lo para tocar, aos poucos, na hora em que o cão estiver se alimentando. Isso ajuda a trabalhar a ideia de prazer na cabeça do animal. Se não tiver jeito, horas antes da meia-noite, coloque um pouco de algodão no ouvido do animal. Isso vai abafar os estampidos. 

Sete medidas paliativas

1. Solte a coleira

Não deixe seu cachorro ou gato na coleira. Muitos animais, quando presos, morrem por enforcamento, no desespero de fugir dos fogos e rojões.

2. Deixe-o num local tranquilo

Se precisar isolar seu pet, deixe-o fechado em um local sem vidro e seguro. Com medo, muitos animais atravessam a vidraça e acabam se ferindo gravemente.


3. Acalme-o

Homeopatia, florais e acupuntura podem diminuir o medo e a ansiedade do seu animal. Mas esses tratamentos devem ser feitos ao longo do ano. Converse com seu veterinário, pois é ele quem dirá a dose certa e o medicamento correto.

4. Algodão no ouvido

Em casos extremos, alguns veterinários indicam colocar um chumaço de algodão nos ouvidos do animal, porém alguns pet podem estranhar também essa situação.

5. Cuidado com as fugas

Não deixei portas e janelas abertas, cães e gatos podem tentar fugir para a rua com receio dos fogos.

6. Televisão ou rádio ligado

Para trazer conforto ao animal, você pode colocá-lo em um local seguro, com a luz acesa e a televisão ou rádio ligado (não muito alto) para abafar o som dos rojões.

7. Sem vizinhança

Uma solução, principalmente para quem tem em casa um animal com fobia grave a barulhos, é afastar completamente o bicho, deixando-o em locais protegidos, como hotel longe da cidade e sem vizinhança.


Fonte: Estadão/Repórter Católico.com





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