sábado, 19 de janeiro de 2013

















O Museu Estatal do Hermitage, em São Petersburgo, recruta gatos para defender suas obras de arte. Cada um dos felinos dispõe de um passaporte, com foto, que certifica sua idoneidade para levar a cabo esse árduo trabalho. Em geral, os guardiões de quatro patos passam despercebidos, pois vivem sobre os telhados ou nos sótãos dos prédios, longe dos olhares dos turistas. Mas, se não fosse a eficiência desses funcionários predadores de camundongos e ratazanas, a instituição certamente não seria o que é.

Os gatos têm servido ao Hermitage desde a sua fundação, em 1764. E ainda que seja fácil se livrar dos ratos hoje em dia, com a ajuda de produtos químicos específicos, os felinos já fazem parte da própria cultura do local. Esses animais foram integrados ao serviço público por Pedro, o Grande, no início do século XVIII, para tomar conta do palácio do tsar. Anos depois, a tsarina Izabel I ordenou o recrutamento de um exército de felinos provenientes de Kazan, a fim de exterminar os temíveis roedores que ocupavam a sua residência.

Sob o reinado de Cataria II, os bichanos obtiveram finalmente o status de guardas de palácio, e foram divididos entre gatos domésticos, descendentes da raça azul russa e de jardim, encarregados de fato da caça aos ratos.



Os animais “contratados” sobreviveram à Revolução de Outubro, em 1917, e continuaram seu trabalho durante a época soviética. Entretanto, não resistiram ao cerco de Leningrado, antigo nome de São Petersburgo, durante a II Guerra Mundial, pois acabaram sendo devorados pela população faminta. Sem a proteção dos bichanos, os ratos voltaram e se espalharam por várias partes da cidade. Terminada a guerra, porém, vagões de trem carregados de felinos foram despejados em São Petersburgo, que pôde então reestruturar seus esquadrões de exterminadores. A partir daí, até os anos 70, a população desses animais no Hermitage cresceu exponencialmente e a administração do espaço acabou tendo que se livrar deles.

Anos depois, percebendo que as obras do Museu não poderiam sobreviver sem a ajuda desses guardiões, eles foram chamados de volta. Hoje, os gatos do Hermitage são tratados como realezas locais, recebendo alimentação e todos os cuidados necessários para garantir o bom desempenho das suas tarefas. A população, agora controlada, nunca pode exceder o limite de 60 indivíduos, porque, se isso acontecer, os animais começam a lutar entre eles e acabam se descuidando dos seus trabalhos.

Assim, quando o número de gatos atinge o número máximo, funcionários do Museu se encarregam de encontrar famílias dispostas a adotar alguns desses valiosos protetores do Hermitage.




Fonte: diariodarussia.com.br

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