sexta-feira, 29 de junho de 2012







Por Bárbara Heller, Marina Correa e Gabriele Gayguer



O abandono de cães e gatos nas ruas de Pelotas é um problema antigo e bem conhecido por todos. Por onde passamos, vemos casos de maus tratos, descaso e doenças. Calcula-se que existam, hoje, em torno de 15 mil animais morando nas ruas de nossa cidade. Uma forma solidária e independente de políticas públicas para reduzir esse quadro é a adoção. “Adotar é tudo de bom” já dizia uma campanha publicitária de ração para cachorros. A empresa chega a destinar uma parte do lucro das vendas para entidades que promovem o encaminhamento de cães abandonados para lares seguros. O problema de animais de rua e a situação alarmante de criadores de cachorros têm motivado a prática da adoção de bichinhos de estimação. Visando um lucro fácil, cães de raça são reproduzidos à exaustão, sem condições adequadas de higiene e saúde nos canis.

Tendência mundial? Modismo? O que sabemos é que a temática “adotar” é muito disseminada nos dias de hoje. É possível ver esta mudança de comportamento em campanhas publicitárias, programas de televisão, redes sociais. Cada vez mais pessoas entendem e aceitam que cada um pode fazer a diferença adotando um animalzinho que teria um triste fim, se não fosse por esse ato de generosidade e amor. O monitor de inglês, Gabriel Madeira Vargas, 21 anos, adotou seu primeiro cachorro: “agora que estou morando sozinho, queria uma companhia, um melhor amigo”. Vargas poderia ter comprado um animalzinho, mas o filhote escolhido é sem raça definida. “Não tem como dar preço a uma vida”, fala emocionado, olhando para seu cãozinho.




O filhote, que ainda não havia ganhado um nome, foi adotado em uma feira de adoções promovida pela SOS Animais, associação sem fins lucrativos que tem como um dos objetivos fomentar a proteção e o respeito aos animais no âmbito do município de Pelotas. Essa é apenas uma das ações organizadas pela associação. Dentre as várias atividades realizadas, estão as visitas a vilas pobres com o intuito de atender localmente animais que são domiciliados, porém, negligenciados por seus donos. “Estou cuidando de um cachorro que, além de ter uma bicheira, foi atirado no canal e estava ameaçado de morte, por comer galinhas. Tivemos de resgatá-lo”, denuncia a funcionária pública Paula Soares Ferro, 36 anos, que também atua como secretária da SOS Animais. Paula estima que a entidade receba ajuda de 30 pessoas, entre contribuintes e associados. Número muito aquém do necessário para dar suporte técnico e financeiro aos projetos.

A estudante de Medicina Veterinária da UFPel, Letizi Ane Farias, 24 anos, apadrinha alguns animais em sua casa. Ela conta que as pessoas simplesmente abandonam seus bichos quando lhes convém, ou quando passam a ser um problema. Recentemente, foram deixados em seu quintal uma cadela adulta com seis filhotes. A estudante descobriu que foi uma vizinha que havia se mudado, e encontrou no abandono a solução para seu problema. Na verdade, o problema apenas mudou de endereço, pois Ane assumiu a responsabilidade pelos cachorros, que ainda não foram doados em sua totalidade: “alguém tem que fazer o que muitos não fazem”.

Como ajudar

Adotar um animal abandonado não é a única forma de ajudar na solução deste problema. Entidades, como a SOS Animais, precisam de parceiros que possam contribuir financeira ou tecnicamente com suas campanhas. Apadrinhar um animal também é uma opção para quem tem espaço, quer ajudar, mas não deseja manter aquele cachorro ou gato sob sua posse por um longo período de tempo. Um animal apadrinhado recebe todos os cuidados na casa do padrinho ou em uma clínica. Esse bichinho é então preparado para ser doado. Paula é madrinha de dois cachorros e de um gato. Sua despesa mensal para mantê-los é em torno de 400 reais; custo esse que poderia ser reduzido se mais pessoas contribuíssem.



Posse responsável

Antes de adotar um animal devemos pensar em todos os pontos envolvidos nesta relação, sejam eles positivos ou negativos. Um bichinho de estimação proporciona companhia, alegrias, bem estar, mas também representa gastos e necessidade de tempo livre. Mariana Lopes, 28 anos, faz parte da SOS Animais há quatro anos e lembra: “quem adota um animal deve ter condições de mantê-lo”. No site da associação encontramos algumas dicas de posse responsável:

Pense no espaço que você tem disponível;
Lembre que um cão ou gato vive em média 15 anos;
Nunca deixe seu animal circular solto pelas ruas;
Procure esterilizar seu animal.






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