4patas e um coração

Expectativa de vida cresce entre animais.

por GABRIELI MELLO

Especial para o Rudge Ramos Jornal

Rocky tem 11 anos de idade. Mas, se fosse um ser humano, poderia ser considerado um simpático velhinho, na faixa etária de 75 anos. Rocky é um cão que, na terminologia técnica, é classificado como SRD (Sem Raça Definida). Ele tem médio porte. Em tese, seu tempo de vida não ultrapassaria os 7 anos de idade. Mas por que Rocky já chegou a esta idade?

De fato, os animais estão mais longevos, principalmente os cães. Uma das explicações é que, atualmente, os pets já são parte da família de muitas pessoas. A relação entre o animal e seu dono está mais forte e com isso há um aumento da preocupação com os cuidados da saúde do animal. Muitos tratamentos e o avanço da tecnologia ajudam a prolongar a vida do bicho.

Rocky desde que foi adotado teve todos os tratamentos necessários. Tem plano de saúde que cobre banho, massagem, consultas ao veterinário e as vacinas. “A carterinha de vacinação do Rocky é muito mais completa que a minha, que, diga-se de passagem, nem lembro onde está”, comentou o engenheiro Gérsio Passerine.

Segundo a veterinária patologista Silvia Regina Kleeb, para que os bichos cheguem à terceira idade com saúde é fundamental que o animal tenha o acompanhamento de um veterinário durante toda sua vida, a começar pela consulta no momento de sua aquisição. “Se o animal é levado com frequência às consultas, o profissional possui condições de avaliá-lo melhor e traçar um histórico do animal que auxilia na prevenção das doenças.”

Para saber se o pet chegou à terceira idade existem alguns critérios que devem ser levados em conta. O primeiro deles é a avaliação de um profissional, já as outras características podem ser observadas pelos próprios donos. Problemas ligados à obesidade, diabetes, câncer são os mais comuns. Além dessas doenças, problemas cardíacos e renais, artrose e problemas na coluna também caracterizam a terceira idade do animal.

“Percebemos que o Rocky estava envelhecendo quando vimos os pêlos brancos pela cabeça. A vitalidade apesar de continuar alta é bem menos intensa. Durante os passeios mais longos o cansaço aparece bem mais rápido”, comentou Passerine.

Outra característica dos animais que chegam à terceira idade são algumas doenças específicas. Hoje, o número de casos de tumor quase dobrou, uma vez que essa doença só acontece em cães com uma idade mais avançada. “Esse é um tipo de doença característica dos mais idosos porque é preciso uma série de etapas, de alteração na célula pra ela desenvolver. Quando os animais morriam mais jovens esse tumor não aparecia nas células”, afirmou a veterinária.

Thor, um Fila de 12 anos, apresenta outra doença típica da terceira idade. O DM (Diabetes Mellitus) é característico de animais de grande porte e exige dos donos um tratamento especial. Ela pode ser tratada com medicamentos e uma alimentação balanceada e restritiva.

Segundo um estudo realizado no Reino Unido em 2000 e publicado pela “Veterinary Record”, revista da Associação Veterinária Britânica, os cães mestiços vivem mais tempo que os com pedigrees. Segundo Silvia, isso ocorre devido a mistura de raças. “Quando ele é um animal que não tem uma raça definida e há uma mistura benéfica pro animal, ele realmente acaba ficando mais resistente e vive mais”, ressaltou.

A veterinária afirma que, como forma de prevenção, é preciso levar o pet no mínimo duas vezes ao ano para um a avaliação geral. “Além de levar o bicho ao veterinário, uma alimentação balanceada, cuidados com o local, levar para passear são necessários. O dono tem que cuidar tanto da vida física como também da psicológica do bicho de estimação”, disse.

Fonte: www.metodista.br (Esta reportagem foi produzida por alunos do curso de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo)