terça-feira, 20 de dezembro de 2011





Quando alguém da família precisa de uma transfusão de sangue, todos ficam apreensivos, apesar de ser comum nos hospitais. Quando quem precisa passar pelo procedimento é um animalzinho de estimação a angústia também é grande. Apesar de a prática não ser muito conhecida da população, semanalmente até 10 cachorros passam por transfusão de sangue no Hospital Veterinário da Unirp, em Rio Preto. Além dos casos de cirurgia, também é preciso intervir com sangue quando os animais estão com doenças infecciosas, como a do carrapato, que atingem diretamente o sangue.

“A transfusão é algo feito, na maioria das vezes, em caráter emergencial, mas é um procedimento simples”, afirma a veterinária Tatianna Frate Schwardt, professora de clínica médica de pequenos animais. Alguns cuidados, no entanto, são necessários. “O cachorro que vai doar sangue precisa ter acima de 25 quilos, com idade entre um e oito anos e estar com a saúde perfeita. Também, como os cachorros têm oito tipos sanguíneos e não temos como fazer tipagem igual a dos humanos, o que é feito é um teste de reação cruzada, para saber se não haverá reação”, explica Tatianna.

Para a doação, os animais precisam ser da mesma espécie. Gatos também podem doar, mas o processo é um pouco mais complicado, porque os animais precisam ser grandes - ter pelo menos cinco quilos - e a quantidade de sangue retirada precisa ser reposta com soro fisiológico. Eles precisam ter entre dois e cinco anos para poder doar.

No caso dos cachorros, não se exige nenhum cuidado específico. O animal precisa apenas estar alimentado e saudável. A bolsa, de coleta do sangue, é como a humana, com capacidade para 450 mililitros. “No entanto, cada animal recebe apenas o necessário. É feito um cálculo para saber quanto sangue precisa ser transfundido. O restante na bolsa é descartado”, explica a veterinária Aline Fernandes Silva.

Quem levou um susto ao receber a notícia de que seu cãozinho Fox Paulistinha, Príncipe, de 3 anos, precisaria de uma transfusão de sangue foi a recepcionista Eliane Neves da Silva, 23 anos. “Fiquei em choque, porque ele é de estimação da família, achei que fosse perdê-lo”, conta. Príncipe teve a doença do carrapato e ficou internado durante dois dias. Depois do procedimento realizado, Eliane ficou aliviada. “Não imaginava que fosse tão simples, por isso fiquei chocada quando recebi a notícia.

Não imaginei que seria tão fácil e rápido, e que não fosse causar transtorno para o doador”, afirma. Assim como ela, a designer Jaqueline Marega Alexandre, 24 anos, levou um susto quando seu shitzu, Charlie, com apenas um mês de vida, precisou passar por uma transfusão. “Ele era muito pequeno, parou de comer, ficou magro, os exames deram alterados, ele quase não tinha mais plaquetas”, conta.

Foi aí que ela descobriu a transfusão e os detalhes, como peso mínimo, idade do animal, etc. “Eu não sabia como era, que tinha isso (transfusão). Quando a veterinária me falou que ele precisava, fiquei imaginando como seria. Eu me assustei mais ainda quando vi o tamanho da bolsa, que é igual a de humanos, porque o Charlie era muito pequenininho. A transfusão precisou ser feita em etapas, e usou as duas patinhas, porque as veias não aguentavam muito tempo, mas depois disso ele sarou”, relembra Jaqueline.



Custo

Cada transfusão feita em animais, seja com doadores com a compra de bolsa de sangue, custa entre R$ 100 e R$ 150, e pode ser realizada em qualquer consultório veterinário.

Seu cão também pode ser um doador; atente para o perfil do doador:


Cães e gatos entre 1 e 8 anos de idade;

Peso acima de 27 quilos e 4 quilos para gatos

Sem sinais de doença aparente (animais saudáveis);

Esquema de vacinação e vermifugação "em dia”;

Não existem raças específicas para doação, mas os cães precisam ser dóceis ou controláveis, pois  não são sedados. E para quem tem medo de transformar seu animal de estimação em doador vale esclarecer que a ação é indolor - apenas uma picadinha. Após a doação o organismo recupera rapidamente o sangue doado em pouco tempo. As fêmeas podem doar sangue a cada 3 meses, e os machos a cada 2 meses.

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