Os cães já desempenham diversas atividades para os humanos, e uma atividade muito especial é a de ser guia de uma pessoa cega. No Brasil ainda são poucas pessoas que tem acesso a esse auxilio, existindo hoje apenas 80 cães treinados em uso no país inteiro. Mas há muito incentivo de associações para investir em projetos de capacitação e treinamento de cães para esta função. Para se ter idéia nos EUA e Europa essas associações e fundações já fazem um trabalho sofisticado nesta área, sendo que os próprios moradores criam e doam filhotes para este fim.
Para um cão se tornar um cão guia deve-se levar em conta diversas particularidades, como a raça adequada para esta função, que varia de país para país. Mas de maneira geral as mais utilizadas são o Pastor Alemão, o Golden Retrivier e Retrivier do Labrador, mas há países que utilizam até vira-latas para a função, o importante é o treinamento adequado. Para um cão ser guia deve ter qualidades como, ser dócil e equilibrado, de fácil adaptação a novas situações, tamanho, tipo de pelagem, inteligência, e facilidade de aprendizagem, já que o treinamento leva muito tempo e terá que desempenhar diversas funções nele.
O treinamento de um cão-guia funciona da seguinte forma. Desde o nascimento do cão a ser qualificado para este fim, deve ser monitorados; o estado de saúde, o temperamento, e espírito de liderança. Se o cão for aprovado passa por um período de socialização e convivência com humanos que dura aproximadamente 1 ano, durante esse período será cuidado por uma família voluntária no projeto. Enquanto estiver sob os cuidados desta família, o cão deverá ser exposto ao maior número de informações e experiências possíveis, como passear todos os dias, a pé ou de carro para diversos lugares, com pouco a muito movimento de pessoas, como em lojas e restaurantes, sendo que é importante ter muito contato com as pessoas, participando de todas as atividades que esta família fizer.
Nesta fase também é feito o adestramento básico, orientada pelo instrutor junto a família, do tipo “senta”, “deita”, ou “fica” ,parar para descer ou subir escadas, parar para atravessar as ruas, andar do lado esquerdo e pouco á frente, saber se comportar educadamente e tranquilamente em todos os lugares, onde estiver, até dentro do ônibus, metrôs, táxi, etc. Somente depois deste adestramento ele voltará para a escola onde será treinado para o trabalho por aproximadamente 7 meses. Os cães reprovados nesta escola ainda serão utilizados para outras atividades como farejadores, acompanhantes de pessoas com dificuldade de movimentação, dentre outras. Neste 7 meses os adestradores, proporcionarão aos cães o contato com diversos ambientes e novas situações.
Quando o cão atingir a idade de 1 ano, ele deve começar o treinamento específico para a função de cão-guia. Por mais ou menos 3 meses, vai ser treinado pelo adestrador, verificando o aprendizado que recebeu enquanto vivia com a família voluntária, fazendo-se as devidas correções e aperfeiçoamentos no adestramento básico de obediência. Após o término destes 3 meses, e dependendo da performance do cão, é iniciado a adaptação do cão ao uso do peitoral específico de guia. Nesta fase ele deve ir se acostumando ao novo material e também deve ter mais atenção e concentração do cão, fazendo exercícios num percurso mais complicado, diversificando as situações e colocando mais obstáculos, fazendo com que desvie sem esbarrar e mostrando ao cão que deve haver espaço para os dois passarem.
Após este período de educação específica, o cão-guia estará pronto para o contato com o seu futuro dono, situação esta que será personalizada, isso é, respeitará as características do cego e do seu ambiente procurando atribuir a cada um, o cão mais adequado. O mais importante neste processo todo é a boa educação do cão, levando-se em conta o temperamento, e não exigindo dele mais do que de fato esteja preparado a fazer. Até mesmo quando for repreendê-lo deve-se tomar medidas equilibradas, para não tornar o cão medroso e sem iniciativa. Os cães-guias são entregues castrados, independendo do sexo, esta medida tem como objetivo de evitar problemas decorrentes da maturidade sexual dos cães que ocorre entre os 12 e os 18 meses.
Alguns cuidados especiais devem ser tomados com os cães-guias. Eles não devem ser tocados por pessoas estranhas durante o “horário de trabalho”, nem devem ser distraídos, o ideal é que não se brinque com eles enquanto estiverem trabalhando.
Fonte: Dog Times
Adaptação: Revista Veterinária
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