terça-feira, 28 de agosto de 2012


por FLÁVIA PIGOZZI
Especial para o Rudge Ramos Jornal



A relação afetiva das pessoas com seus pets existe há muito tempo. A cada dia ela aumenta e se estreita. Isso também aumenta a preocupação com o bem-estar, saúde e, principalmente, com os problemas que surgem em razão da idade avançada do amigo canino.

O tempo de vida de um bicho de estimação sempre foi controverso. Existem várias teorias, como a que fala que cada ano do animal equivale a sete anos do ser humano. Em outra tese, os dois primeiros anos do pet representam cinco anos de uma pessoa, por ano. Ou seja, um bicho de dois anos tem 10 anos de um ser humano. E, somente a partir dessa idade, soma-se sete anos a cada aniversário do animal.

Porém a vida do bicho não é uma simples conta aritmética. “Assim como os humanos, quando envelhecem, alguns cães começam a ter pelos brancos, ficam mais lentos, têm intolerância a exercício, brincam menos e dormem mais. Não estão mais tão dispostos como antes”, disse a médica veterinária Tânia Parra Fernandes, professora da Universidade Metodista de São Paulo.

Uma das referências na veterinária para aferir a idade do pet é uma tabela que se desconhece data e até autor (veja quadro nesta página). Tânia Parra a considera confiável e a utiliza para calcular a idade certa do pet, além de ajudar a compreender o comportamento do animal.

Longevidade
Uma das razões para um cão viver menos que o homem é o metabolismo. O método usado para calcular a idade do cão varia, dependendo do porte do animal. Os cachorros de raças menores tendem a viver mais que os pets maiores. “Os cães mais pesados, de raça grande ou gigante, que atingem mais de 50 Kg, têm um desgaste maior dos órgãos e tecidos conforme o tempo passa”, explicou Tânia.

Os cachorros, de todos os tamanhos, de até um ano, são considerados jovens. Em geral, a principal característica dos animais dessa faixa etária é a energia e a disposição para brincar e correr. É nesse período que começam os cuidados nutricionais e as visitas ao veterinário.

Já os cães que têm até oito anos de idade, caso sejam pequenos e médios, ou tenham até seis anos, se forem grandes ou gigantes, são considerados adultos. É a fase da maturidade, quando o segredo para manter o pet saudável é estimular a prática de exercícios físicos, manter uma alimentação controlada e levá-lo, pelo menos uma vez por ano, à clinica veterinária.

Os animais são considerados idosos, caso sejam pequenos ou médios, a partir dos 9 anos em diante. Os de porte grande ou gigante, a partir de 7 anos, são considerados da terceira idade. Nessa fase, os pets merecem mais atenção. Precisam de rações específicas, para controlar o peso, vacina e exercícios, mas sem forçar o ritmo.

Os cães senis apresentam características típicas da idade. O médico veterinário Colombo Guerra Carvalho Junior lembra que as doenças e os tratamentos são bem parecidos com os dos humanos. “Emagrecimento, dificuldade de locomoção, quedas de dentes, problemas cardíacos, diminuição da visão e audição são uma das características que a idade chegou para os cachorros.”

Com todas as opções que existem atualmente para manter o cão mais saudável, eles acabam atingindo idades que antes eram consideradas raras para animais. Tânia ressaltou que ultimamente é mais comum encontrar cachorros senis e, por esse motivo, a área de oncologia veterinária esta se expandindo. “Os cães estão vivendo mais e as doenças oncológicas e alto imunes são mais comuns em animais mais idosos, que precisam de cuidados especiais.”

Saúde animal
É importante também manter a saúde bucal e física do pet. Prestar atenção no peso, acúmulos de tártaros e possíveis problemas de coluna e coração. Certas doenças podem ser ocasionadas ou pioradas pelo novo estilo de vida (quase humano) que os cães estão tendo ou devido ao refinamento e testes genéticos que são realizados.

Os cães, a princípio, eram treinados para serem caçadores e viverem livres nos quintais de casas. Com o mundo moderno, além de perder a função de caçar, o animal passou a viver dentro de apartamentos, em um ambiente restrito, perdendo certas imunidades naturais.

A veterinária Camila Raposo ainda vê outro problema. “Hoje em dia, muitos cães são tratados como filhos, e os donos, por dó, acabam dando comida humana para eles. As pessoas têm que entender que é importante para a saúde do animal que eles se alimentem somente com ração.”

Fonte: http://www.metodista.br (Esta reportagem foi produzida por alunos do curso de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo)

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