MICHELE STELLA
michele.stella@bomdiajundiai.com.br
Apaixonada por bichos desde a infância, a professora de educação física Cláudia Simões Trevisan, de 34 anos, não hesitou quando soube que um dos seus fieis amigos poderiam salvar a vida de outros cachorros doando sangue.
“Não pensei duas vezes porque não há sofrimento nenhum para o animal. Se o meu cachorro tem perfil para ser um doador e pode ajudar a salvar outros, é um dever colaborar”, diz, explicando que soube por meio de uma amiga, que Jundiaí agora conta com um banco de sangue canino e felino.
A novidade está sendo implantada na cidade desde outubro de 2011 pela biomédica Martha Silveira e Costa, da Amazoo Pet Store, clínica veterinária especializada no atendimento de animais exóticos. “Comecei fazendo alguns tipos de exames e surgiu a ideia do banco de sangue porque Jundiaí não contava com esse tipo de serviço”, explica Martha.
Segundo ela, os veterinários da cidade recorriam a bancos de sangue em São Paulo e Campinas quando havia essa necessidade. Ou, então, optavam por um método não indicado - transfusão direta de um animal para outro. “Isso nada mais é do que tirar o sangue do doador e transferir para o cachorro doente sem que seja feito qualquer tipo de exame, o que é muito arriscado”.
Com um banco de sangue em funcionamento na cidade, o acesso a esse recurso se torna mais vantajoso financeiramente e os animais ganham em segurança, pois são feitos diversos tipos de exames no sangue colhido antes que ele seja aplicado em outro bicho. “A gente faz a prova cruzada, o que é garantia de compatibilidade entre um cachorro e outro”, enfatiza a biomédica.
Desafio
Conscientizar as pessoas a respeito da funcionalidade do banco de sangue e, principalmente, estimulá-las a tornar seus animais de estimação potenciais doadores é tarefa bastante difícil, segundo Martha. Em cinco meses, foram colhidas somente 20 bolsas de sangue de 350 ml cada. “Foram todas usadas rapidamente porque há demanda”.
Segundo a biomédica responsável pelo banco de sangue, o objetivo é ter estoque de bolsas tanto para cães quanto para gatos. “O animal não vai sofrer por doar sangue, nem ficar fraco ou qualquer coisa do tipo. As pessoas precisam se conscientizar”.
Avanço
Para o veterinário Armando Antunes Filho, um banco de sangue para animais é um avanço para uma cidade do porte de Jundiaí. “Vai facilitar muito e salvar muitos animais, com certeza”, simplifica. Doenças como a do carrapato e acidentes como atropelamentos são as principais causas de transfusão em cães.
“É muito difícil achar um doador rápido e o que acontecia até agora é que o animal ficava um bom tempo doente, sofrendo. Com o banco a realidade será outra, tenho certeza”, completa. A redução nos custos é outro ponto citado pelo veterinário como vantajoso, já que os donos de animais precisavam além de pagar pela bolsa de sangue, também arcar com as despesas do transporte de São Paulo ou Campinas até Jundiaí. “Agora o trabalho é mesmo de conscientização”.
Empecilho financeiro
Bolsas de sangue em laboratórios de São Paulo e Campinas têm variação de preço de R$ 90,00 a R$ 200,00 além do custo com o transporte. E a missão de entrar em contato com estes locais é do proprietário do animal e não dos veterinários.
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