Por Isabela Zamboni
Os animais de estimação trazem ânimo para a vida de adultos e crianças: eles são agitados, companheiros, carinhosos e precisam de afeto tanto quanto os seres humanos. O relacionamento entre crianças e pets traz benefícios ao desenvolvimento infantil: melhora da saúde mental, psicológica e emocional. Jorge Pereira, adestrador de cães, consultor comportamental e especialista em controle de agressividade, fala sobre a importância da convivência com animais e que tipos de cachorros são indicados para o perfil de cada criança:
Relacionamento benéfico
Conviver com cães e gatos ensina lições importantes às crianças, em especial a noção de responsabilidade. “Ter um mascote em casa, seja ele um cão, gato, peixinho, coelho, é ter a oportunidade de passar para as crianças as primeiras lições sobre cuidados, afeto, responsabilidade e lidar com a perda. Esses animais têm uma vida curta em relação à nossa e a perda destes será, na maioria dos casos, o primeiro contato das crianças com esse sentimento”, aponta Jorge. Ele também aponta que a noção de respeito pode ser aprendida com os mascotes: “Outra lição que se aprende é o respeito com toda forma de vida. Isso é fundamental para a formação de um bom cidadão, ainda mais no mundo cada dia mais violento e individual em que vivemos”.
O papel dos pais
Os pais devem ensinar aos filhos desde cedo os cuidados especiais com os bichinhos, incentivando o respeito e o afeto. “Os pais devem mostrar o respeito com que devemos tratar os animais, que não devemos maltratá-los. Eles sentem dor, tristeza, frio e fome, da mesma forma que os seres humanos”, revela o adestrador. “É através desse contato com os pais que a criança aprenderá a ter responsabilidades com o mascote, tais como alimentá-lo e ajudar na higiene. Ela irá aprender que ter um animal de estimação não é somente brincar e depois deixá-lo de lado. Essa criança começará a entender e aprender sobre um grande problema das grandes cidades: o abandono de animais e também de pessoas”, complementa.
Tipos de cães
Os cachorros são fiéis aos donos, alegres, companheiros, animados e podem trazer grande satisfação para as crianças. Assim como os seres humanos, os cães também têm sua própria personalidade e temperamento. Portanto, escolher bem o bichinho de acordo com a personalidade da criança é fator essencial. “Ao invés de procurar por uma raça, procure um cão pelo seu temperamento e disposição”, afirma o especialista. Jorge dá algumas dicas para quem procura o cachorro ideal para cada estilo de criança :
- Crianças pequenas (até 5 anos): cães de porte médio. Eles aguentam melhor as brincadeiras e puxões que são muitos comuns nessa fase. Porém, é preciso tomar cuidado: crianças muito pequenas nunca devem ficar sozinhas com cães, sejam eles de qualquer tamanho ou idade. Esses encontros e interações devem ser monitorados.
- Crianças agitadas: procure por cães de porte médio a grande com muita disposição para exercícios e com pouca sensibilidade a brincadeiras pesadas, tais como: golden retriever, labradores, border collie, pastores alemães, boxers e vira-latas.
- Crianças calmas: Opte por cães mais tranquilos. É possível conseguir isso em animais adultos. Nessa lista não é tão importante o porte, mas sim o temperamento. Os cães que melhor se adaptam a essas crianças são os pugs, bulldogs franceses, lhasa apso, shitzu, poodles, yorkshires e também vira-latas.
E os gatinhos?
Os gatos também podem ser amigos das crianças, principalmente as mais calminhas. “Em casos de crianças mais agitadas, os cães são mais indicados. Para aquelas mais tranquilas e que não são tão ativas, um gatinho fará toda a diferença, tendo em vista que os felinos precisam de um período maior de descanso durante o dia. Os cães em pouco tempo já estão com a bateria recarregada e prontos para mais brincadeiras”, diz Pereira. O essencial para tirar todas as dúvidas é consultar um veterinário e procurar um profissional que entenda sobre comportamento animal para indicar um pet adequado.
Decisão em família
Para cuidar melhor do pet, a família deve decidir em conjunto qual será o bichinho e não deixar que a criança escolha sozinha. “A criança pode escolher o pet por influência de um filme que ela tenha assistido ou por ter ido à casa de um amiguinho que tem um animal que ela achou interessante. É preciso ter afinidade, pois a criança pode enjoar do mascote e a responsabilidade dos cuidados passa para os pais, que, muito atarefados, passam aos empregados ou funcionários. Resultado: o pet pode ficar sem um lar” conta o adestrador. Depois de escolher o animal, o ideal é preparar bem o cantinho em que ele vai ficar: “Em casa, deixe pronto o local onde o animalzinho irá ficar junto com suas coisinhas: vasilhas de alimentação, caminha e banheirinho. Muitas vezes, as pessoas acham exagero as vacinações e cuidados, mas isso pode ser a diferença entre ele ter boa saúde ou não. Um animal doente pode, além de causar grande sofrimento para todos, pesar bastante no bolso”.
Fonte: http://papofeminino.uol.com.br
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